sexta-feira, 30 de agosto de 2013

LIVRO PÃO NOSSO - CHICO XAVIER POR EMMANUEL

OLHOS

       “Eles têm os olhos cheios de adultério.” — (2ª EPÍSTOLA A PEDRO, CAPÍTULO 2, VERSÍCULO 14.)

“Olhos cheios de adultério” constituem rebelde enfermidade em nossas lutas evolutivas.
Raros homens se utilizam dos olhos por lâm­padas abençoadas e poucos os empregam como ins­trumentos vivos de trabalho santificante na vigília necessária.
A maioria das criaturas trata de aproveitá-los, àfrente de quaisquer paisagens, na identificação do que possuem de pior.
Homens comuns, habitualmente, pousam os olhos em determinada situação apenas para fixarem os ân­gulos mais apreciáveis aos interesses inferiores que lhes dizem respeito. Se atravessam um campo, não lhe anotam a função benemérita nos quadros da vida coletiva e sim a possibilidade de lucros pessoais e imediatos que lhes possa oferecer. Se enxergam a irmã afetuosa de jornada humana, que segue não longe deles, premeditam, quase sempre, a organiza­ção de laços menos dignos. Se encontram compa­nheiros nos lugares em que atendem a objetivos inferiores, não os reconhecem como possíveis porta­dores de idéias elevadas, porém como concorrentes aos seus propósitos menos felizes.
Ouçamos o brado de alarme de Simão Pedro, esquecendo o hábito de analisar com o mal.
Olhos otimistas saberão extrair motivos sublimes de ensinamento, nas mais diversas situações do ca­minho em que prosseguem.

Ninguém invoque a necessidade de vigilância para justificar as manifestações de malícia. O homem cristianizado e prudente sabe contemplar os proble­mas de si mesmo, contudo, nunca enxerga o mal onde o mal ainda não existe.

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