quarta-feira, 14 de agosto de 2013

LIVRO PÃO NOSSO - CHICO XAVIER POR EMMANUEL

O FILHO EGOÍSTA


       “Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo, há tantos anos, sem jamais transgredir um manda­mento teu, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos.” — (LUCAS, CAPÍTULO 15, VERSÍCULO 29.)

A parábola não apresenta somente o filho pró­digo. Mais aguçada atenção e encontraremos o filho egoísta.
O ensinamento velado do Mestre demonstra dois extremos da ingratidão filial. Um reside no esbanja­mento; o outro, na avareza. São as duas extremidades que fecham o círculo da incompreensão humana.
De maneira geral, os crentes apenas enxergaram o filho que abandonou o lar paterno, a fim de viver nas estroinices do escândalo, tornando-se credor de todas as punições; e raros aprendizes conseguiram fixar o pensamento na conduta condenável do irmão que permanecia sob o teto familiar, não menos pas­sível de repreensão.
Observando a generosidade paterna, os senti­mentos inferiores que o animam sobem à tona e ei-lo na demonstração de sovinice.
Contraria-o a vibração de amor reinante no am­biente doméstico; alega, como autêntico preguiçoso, os anos de serviço em família; invoca, na posição de crente vaidoso, a suposta observância da Lei Divina e desrespeita o genitor, incapaz de partilhar-lhe o justo contentamento.
Esse tipo de homem egoísta é muito vulgar nos quadros da vida. Ante o bem-estar e a alegria dos outros, revolta-se e sofre, através da secura que o aniquila e do ciúme que o envenena.

Lendo a parábola com atenção, ignoramos qual dos filhos é o mais infortunado, se o pródigo, se o egoísta, mas atrevemo-nos a crer na imensa infelici­dade do segundo, porque o primeiro já possuía a bênção do remorso em seu favor. 

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