LIVRO PÃO NOSSO - CHICO XAVIER POR EMMANUEL
DE MADRUGADA
“E no primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro, de
madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra removida do sepulcro.” — (JOÃO,
CAPÍTULO 20, VERSÍCULO 1.)
Não
devemos esquecer a circunstância em que Maria de Magdala recebe a primeira mensagem
da ressurreição do Mestre.
No seio
de perturbações e desalentos da pequena comunidade, a grande convertida não
perde tempo em lamentações estéreis nem procura o sono do esquecimento.
Os
companheiros haviam quebrado o padrão de confiança. Entre o remorso da própria
defecção e a amargura pelo sacrifício do Salvador, cuja lição sublime ainda não
conseguiam apreender, confundiam-se em atitudes negativas. Pensamentos contraditórios
e angustiados azorragavam-lhes os corações.
Madalena,
contudo, rompe o véu de emoções dolorosas que lhe embarga os passos. É
imprescindível não sucumbir sob os fardos, transformando-os, acima de tudo, em
elemento básico na construção espiritual, e Maria resolve não se acovardar,
ante a dor. Porque o Cristo fora imolado na cruz, não seria lícito condenar-lhe
a memória bem-amada ao olvido ou à indiferença.
Vigilante,
atenta a si mesma, antes de qualquer satisfação a velhos convencionalismos, vai
ao encontro do grande obstáculo que se constituía do sepulcro, muito cedo,
precedendo o despertar dos próprios amigos e encontra a radiante resposta da
Vida Eterna.
Rememorando
esse acontecimento simbólico, recordemos nossas antigas quedas, por havermos
esquecido o “primeiro dia da semana”, trocando, em todas as ocasiões, o “mais
cedo” pelo “mais tarde”.
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