quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O MONOTEÍSMO

O que mais admira, porém, naquelas tribos nômadas e desprotegidas, é a fortaleza espiritual que lhes nutria a fé nos mais arrojados e espinhosos caminhos. Enquanto a civilização egípcia e os iniciados hindus criavam o politeísmo para satisfazer os imperativos da época, contemporizando com a versatilidade das multidões, o povo de Israel acreditava somente na existência do Deus Todo-Poderoso, por amor do qual aprendia a sofrer todas as injúrias e a tolerar todos os martírios. Quarenta anos no deserto representaram para aquele povo como que um curso de consolidação da sua fé, contagiosa e ardente. Seguiu-lhe Jesus todos os passos, assistindo-o nos mais delicados momentos de sua vida e foi ainda, sob o pálio da sua proteção, que se organizaram os reinos de Israel e de Judá, na Palestina. Todas as raças da Terra devem aos judeus esse benefício sagrado, que consiste na revelação do Deus Único, Pai de todas as criaturas e Providência de todos os seres. O grande legislador dos hebreus trouxera a determinação de Jesus, com respeito à simplificação das fórmulas iniciáticas, para compreensão geral do povo; a missão de Moisés foi tornar acessíveis ao sentimento popular as grandes lições que os demais iniciados eram compelidos a ocultar. E, de fato, no seio de todas as grandes figuras da antigüidade, destaca-se o seu vulto como o primeiro a rasgar a cortina que pesa sobre os mais elevados conhecimentos, filtrando a luz da verdade religiosa para a alma simples e generosa do povo.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O JUDAÍSMO E O CRISTIANISMO

Estudando-se a trajetória do povo israelita, verifica-se que o Antigo Testamento é um repositório de conhecimentos secretos, dos iniciados do povo judeu, e que somente os grandes mestres da raça poderiam interpretá-lo fielmente, nas épocas mais remotas. Eminentes espiritualistas franceses, nestes últimos tempos, procuraram penetrar os seus obscuros segredos e, todavia, aproximando-se da realidade com referência às interpretações, não lhes foi possível solucionar os vastos problemas que as suas expressões oferecem. Os livros dos profetas israelitas estão saturados de palavras enigmáticas e simbólicas, constituindo um monumento parcialmente decifrado da ciência secreta dos hebreus. Contudo, e não obstante a sua feição esfingética, é no conjunto um poema de eternas claridades. Seus cânticos de amor e de esperança atravessam as eras com o mesmo sabor indestrutível de crença e de beleza. É por isso que, a par do Evangelho, está o Velho Testamento tocado de clarões imortais, para a visão espiritual de todos os corações. Uma perfeita conexão reúne as duas Leis, que representam duas etapas diferentes do progresso humano. Moisés, com a expressão rude da sua palavra primitiva, recebe do mundo espiritual as leis básicas do Sinai, construindo desse modo o grande alicerce do aperfeiçoamento moral do mundo; e Jesus, no Tabor, ensina a Humanidade a desferir, das sombras da Terra, o seu vôo divino para as
luzes do Céu.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

MOISÉS

As lendas da Torre de Babel não representam um mito nas páginas antigas do Velho Testamento, porque o exílio na Terra não pesou tanto às outras raças degredadas quanto na alma orgulhosa dos judeus, inadaptados e revoltados num mundo que os não compreendia. Sem procurarmos os seus antepassados, anteriores a Moisés,
vamos encontrar o grande legislador hebreu saturando-se de todos os conhecimentos iniciáticos, no Egito antigo, onde o seu espírito recebeu primorosa educação, à sombra do prestígio de Termútis, cuja caridade fraterna o recolhera. Moisés, na sua qualidade de mensageiro do Divino Mestre, procura então concentrar o seu povo para a grande jornada em busca da Terra da Promissão. Médium extraordinário, realiza grandes feitos ante os seus irmãos e companheiros maravilhados. É quando então recebe, de emissários do Cristo, no Sinai, os dez sagrados mandamentos que, até hoje, representam a base de toda a justiça do mundo. Antes de abandonar as lutas da Terra, na extática visão da Terra Prometida, Moisés lega à posteridade as suas tradições no Pentateuco, iniciando a construção da mais elevada ciência religiosa de todos os tempos, para as coletividades porvindouras.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O POVO DE ISRAEL

ISRAEL

Dos Espíritos degredados na Terra, foram os hebreus que constituíram a raça mais forte e mais homogênea, mantendo inalterados os seus caracteres através de todas as mutações. Examinando esse povo notável no seu passado longínquo, reconhecemos que, se grande era a sua certeza na existência de Deus, muito grande também era o seu orgulho, dentro de suas concepções da verdade e da vida. Consciente da superioridade de seus valores, nunca perdeu oportunidade de demonstrar a sua vaidosa aristocracia espiritual, mantendo-se pouco acessível à comunhão perfeita com as demais raças do orbe. Entretanto, em honra da verdade, somos obrigados a reconhecer que Israel, num paradoxo flagrante, antecipando-se às conquistas dos outros povos, ensinou de todos os tempos a fraternidade, a par de uma fé soberana e imorredoura - Sem pátria e sem lar, esse povo heróico tem sabido viver em todos os climas sociais e políticos, exemplificando a solidariedade humana nas melhores tradições de trabalho; sua existência histórica, contudo, é uma lição dolorosa para todos os povos do mundo, das conseqüências nefastas do orgulho e do exclusivismo.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012


AS ADVERTÊNCIAS DO CRISTO

A sua confraternização com os terrícolas primários, encontrados no seu caminho, constitui uma divida sagrada da Humanidade para com os seus labores planetários. O Senhor da semeadura e da seara não lhes desconhece essa grande virtude e é por isso que as exortações de toda natureza são por ele enviadas do Alto, nos tempos que correm, às nações européias, a fim de que se preservem do extermínio e da destruição terrestre, arrancando-as do primitivismo para um elevado nível de aperfeiçoamento nos grandes trabalhos construtivos da evolução global; se erraram muito, foram igualmente muito sinceras, porque a sua inquietação era por levantar um novo paraíso para si mesmas e para os homens terrestres, com cujas famílias fraternizaram-se desde o princípio. Faltaram-lhes os valores espirituais de uma perfeita base religiosa, situação essa para a qual concorreram, inegavelmente, na utilização do livre-arbítrio; mas o Cristo, nas dolorosas transições deste século, há de amparar-lhes as expressões mais dignas e mais puras, espiritualmente falando, e, no momento psicológico das grandes transformações, o fruto de suas atividades fecundas há de ser aproveitado, como a semente nova, para a civilização do porvir.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012


ORIGEM DO RACIONALISMO

Os arianos da Europa, como ficou esclarecido, não possuíram grandes ascendentes religiosos na sua formação primitiva, em vista do senso prático que os caracterizou nos primeiros tempos de sua organização. O racionalismo de suas concepções, a tendência para as ciências positivas e o amor pela hegemonia e liberdade são, dessa maneira, elucidados dentro da análise dos seus primórdios. Em matéria de religião, quase todos os seus passos foram orientados pelos povos semitas e hindus, mas, pelo cultivo da razão, puderam aperfeiçoar a Ciência até às culminâncias das conquistas modernas. O mundo, se muitas vezes perdeu com as suas inquietações e com as suas lutas renovadoras, muito lhes deve pela colaboração decidida e sincera no labor do pensamento, em todas as épocas e períodos evolutivos.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

OS NÓRDICOS E OS MEDITERRÂNICOS

O fenômeno das trocas e os primeiros impulsos comerciais levantam, todavia, longa série de barreiras entre as relações desses povos. De um lado, estavam os nórdicos e de outro permaneciam os mediterrânicos, em luta acérrima e constante. A rivalidade acende nessas duas facções os fogos da guerra, sob os céus tranqüilos do Velho Mundo. Uns e outros empunham as armas primitivas para as lutas de extermínio e destruição das hostes inimigas, e a linha divisória dos litigantes se alonga justamente no local onde hoje se traçam os limites da França e da Alemanha contemporâneas. É como se explica essa intensidade de aversão racial entre as duas nações, contadas entre as mais progressistas e operosas do planeta. Tal situação psicológica entre ambas haveria de tornar-se em fatalidade histórica, oriunda dos atritos entre o Germanismo e a Latinidade, nas épocas primitivas. O que se não justifica, porém, é a perpetuação dessas animosidades no curso do tempo, pelo que se impõe, como imperativo constante, a concentração de todos os pensamentos no objetivo da fraternidade geral.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O MEDITERRÂNEO E O MAR DO NORTE

Por essa época, novos fenômenos geológicos abalam a vida do globo. Precisava Jesus estabelecer as linhas definitivas da grande civilização, cujos primórdios se levantavam; e dessas convulsões físicas do orbe surgem renovações que definem o Mediterrâneo e o Mar do Norte, fixando-se os limites da ação daqueles núcleos de operários da evolução coletiva. O Cristo sabia valorizar a atividade da família indo-européia, que, se era a mais revoltada contra os desígnios do Alto, era também a única que confraternizava com o selvagem, aperfeiçoando-lhe os caracteres raciais, sem esmorecer na ação construtiva das oficinas do porvir. Através dos milênios, aliviou-lhe os pesares no caminho sobrecarregado de lutas e dores tenazes. Assim, enviou-lhe emissários em todas as circunstâncias, atendendo-lhe os secretos apelos do coração, no labor educativo das tribos primitivas do continente. Suavizou-lhe a revolta e a amargura, ajudando a reconstruir o templo da fé, na esteira das gerações. Nos bosques da Armórica, os celtas antigos levantaram os altares da crença entre as árvores sagradas da Natureza. Doces revelações espirituais caem na alma desse povo místico e operoso, que, muito antes dos saxões, povoou as terras da Grã-Bretanha. A reencarnação de numerosos auxiliares do Mestre, em seus labores divinos, opera uma nova fase de evolução no seio da família indo-européia, já caracterizada pelas mais diversas expressões raciais. Enquanto os germanos criam novas modalidades de progresso, o Lácio se ergue na Itália Central, entre a Etrúria e a Campânia; a Grécia se povoa de mestres e cantores, e todo o Mediterrâneo oriental evolve com o uso da escrita, adquirido na convizinhança das civilizações mais avançadas.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A GRANDE VIRTUDE DOS ÁRIAS EUROPEUS

A misericórdia do Cristo, porém, jamais deixou de acompanhar esse grande povo no seu atribulado desterro. Ao influxo dos seus emissários, as massas migratórias da Ásia se dividiram cm grupos diversos, que penetraram na Europa, desde o Peloponeso até as vastas regiões da Rússia, onde se encontram os antepassados dos gregos, latinos, samnitas, úmbrios, gauleses, citas, iberos, romanos, saxônios, germanos, eslavos. Essas tribos assimilaram todos os elementos encontrados em seus caminhos, impulsionando-lhes os passos nas sendas do progresso e do aperfeiçoamento. Enquanto os semitas e hindus se perderam na cristalização do orgulho religioso, as famílias arianas da Europa, embora revoltadas e endurecidas, confraternizaram com o selvagem e nisso reside a sua maior virtude. Assimilando os aborígenes, engendraram as premissas de todos os surtos das civilizações futuras. Nessa movimentação para o estabelecimento de novo "habitat", organizaram as primeiras noções políticas da vida coletiva, elegendo cada tribo um chefe para a direção de sua vida em comum. A agricultura, as indústrias pastoris, com elas encontraram os primeiros impulsos nas estradas incertas dos que descendiam do "primata" europeu. Com as organizações econômicas, oriundas do trato direto com o solo, deixaram perceber a lembrança de suas lutas no antigo mundo que haviam deixado. Bastou que inaugurassem na Terra o senso da propriedade, para que o germe da separatividade e do ciúme, da ambição e do egoísmo lhes destruísse os esforços benfazejos... As rivalidades entre as tribos, na vida comum, induziram-nas aos primeiros embates fratricidas.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012


A AUSÊNCIA DE NOTÍCIAS HISTÓRICAS

Aí reside a razão do escasso conhecimento dos historiadores, acerca dos árias primitivos que lançaram os marcos da civilização européia. Caminheiros do desconhecido, erraram pelas planícies e montanhas desertas, não como o povo hebreu, que guardava a palavra divina com a sua fé, mas desarvorados e sem esperança, contando apenas com as próprias forças, em virtude do seu caráter livre e insubmisso Suas incursões, entre as tribos selvagens da Europa, datam de mais ou menos dez milênios antes da vinda do Cristo, não obstante a humanidade localizar-lhe a marcha apenas quatro mil anos antes do grande acontecimento da Judéia. É que, em vista de sua situação psicológica, os primitivos árias do Velho Mundo não deixaram vestígios nos domínios da fé, único caminho, daqueles tempos, através do qual poderia uma raça assinalar sua passagem pela Terra. Não guardavam a história verbal de uma religião que não possuíam. Mais revoltados e enrijecidos que todos os demais companheiros exilados no orbe terrestre, suas reminiscências da vida pregressa nos planos mais elevados, qual a que haviam experimentado no sistema da Capela, traduziam-se numa revolta íntima, amargurada e dolorosa, contra as
determinações de ordem divina. Apenas, muito mais tarde, com a contribuição dos milênios, os celtas retornaram ao culto divino, venerando as forças da Natureza, junto dos carvalhos sagrados, e os germanos iniciaram a sua devoção ao fogo, que personificava, a seus olhos, a potência criadora dos seres e das coisas, enquanto outros povos começaram a sacrificar vítimas e objetos aos seus numerosos deuses.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


A FAMÍLIA INDO-EUROPÉIA

AS MIGRAÇÕES SUCESSIVAS

Se as civilizações hindu e egípcia definiram-se no mundo em breves séculos, o mesmo não aconteceu com a civilização ariana, que ia iniciar na Europa os seus movimentos evolutivos. Somente com o escoar de muitos séculos regularizaram-se as suas migrações sucessivas, através dos planaltos da Pérsia. Do Irá procederam quase todas as correntes da raça branca, que representariam mais tarde os troncos genealógicos da família indo-européia. Conforme afirmávamos, os arianos que procuravam as novas emoções de uma terra desconhecida eram, na sua maioria, os espíritos revoltados com as condições do seu degredo; pouco afeitos aos misteres religiosos que, pela força das circunstâncias, impunham uma disciplina de resignação e humildade, não cuidaram da conservação do seu tradicionalismo, na ânsia de conquistar um novo Paraíso e serenarem, assim, as suas inquietações angustiosas.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

EM FACE DE JESUS

Nos bastidores da civilização, somos compelidos a reconhecer que a Índia foi a matriz de todas as filosofias e religiões da Humanidade, inclusive do materialismo, que lá nasceu na escola dos charvacas. Um pensamento de gratidão nos toma o íntimo, examinando a sua grandeza espiritual e as suas belezas misteriosas, mas, acima dos seus iogues e de seus "mahatmas", temos de colocar a figura luminosa dAquele que é a luz do mundo, e cuja vinda à Terra se verificaria para trazer a palma da concórdia e da fraternidade, para todos os corações e para todos os povos, arrasando as fronteiras que separam os espíritos e eliminando os laços ferrenhos das castas sociais, para que o amor das almas substituísse o preconceito de raça no seu reinado sem-fim.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012


OS RAJÁS E OS PÁRIAS

Na verdade, esses sistemas avançados de religião e filosofia evocam o fastígio da raça no seu mundo de origem, de onde foi precipitada ao orbe terreno pelo seu orgulho desmedido e infeliz. Os arianos da Índia, porém, não se compadeceram das raças
atrasadas que encontraram em seu caminho e cuja evolução devia representar para eles um imperativo de trabalho regenerador na face da Terra; os aborígenes foram considerados como os párias da sociedade, de cujos membros não podiam aproximar-se sem graves punições e severos castigos. Ainda hoje, o espírito iluminado de Gandhi, que é obrigado a agir na esfera da mais atenciosa psicologia dos seus irmãos de raca não conseguiu eliminar esses absurdos sociais do seio do grande povo de iniciados e profetas. Os párias são a ralé de todos os seres e são obrigados a dar um sinal de alarme quando passam por qualquer caminho, a fim de que os venturosos se afastem do seu contágio maléfico. A realidade, contudo, é que os rajás soberanos, ao influxo da misericórdia do Cristo, voltam às mesmas estradas que transitaram sobre
o dorso dos elefantes ajaezados de pedrarias, como mendigos desventurados, resgatando o pretérito em avatares de amargas provações expiatórias. Os que humilharam os infortunados, do alto de seus palácios resplandecentes, volvem aos mesmos caminhos, cheios de chagas cancerosas, exibindo a sua miséria e a sua indigência. E o que é de admirar-se é que nenhum povo da Terra tem mais conhecimentos, acerca da reencarnação, do que o hindu, ciente dessa verdade sagrada desde os primórdios da sua organização neste mundo.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

AS CASTAS

O povo hindu, não obstante o seu elevado grau de desenvolvimento nas ciências do Espírito, não aproveitou de modo geral, como devia, o seu acervo de experiências sagradas. Seus condutores conheciam as elevadas finalidades da vida. Lembravam-se vagamente das promessas do Senhor, anteriores à sua reencarnação para os trabalhos do penoso degredo. A prova disso é que eles abraçaram todos os grandes missionários do pretérito, vendo neles os avatares do seu Redentor. Viasa foi instrumento das lições do Cristo, seis mil anos antes do Evangelho, cuja epopéia, em seus mínimos detalhes, foi prevista pelos iniciados hindus, alguns milênios antes da organização da Palestina. Krishna, Buda e outros grandes enviados de Jesus ao plano material, para exposição de suas verdades salvadoras, foram compreendidos pelo grande povo sobre cuja fronte derramou o Senhor, em todos os tempos, as claridades divinas do seu amor desvelado e compassivo. Mas, como se a questão fosse determinada por um doloroso atavismo psíquico, o povo hindu, embora as suas tradições de espiritualidade, deixou crescer no coração o espinho do orgulho que, aliás, dera motivo ao seu exílio na Terra. Em breve, a organização das castas separava as suas coletividades para sempre. Essas castas não se constituíam num sentido apenas hierárquico, mas com a significação de uma superioridade orgulhosa e absoluta. As fortes raízes de uma vaidade poderosa dividem os espíritos no campo social e religioso. Os filhos legítimos do país dão-se o nome de árias, designação original de sua raça primitiva, e o seu sistema religioso, de modo geral, chama-se "Ária-Darma", que eles afirmam trazer de sua longínqua origem, e em cujo seio não existem comunidades especiais ou autoridade centralizadora, senão profunda e maravilhosa liberdade de sentimento.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

OS MAHATMAS

Da região sagrada do Ganges partiram todos os elementos irresignados com a situação humilhante que o degredo da Terra lhes infligia. As arriscadas aventuras forneceriam uma noção de vida nova e aqueles seres revoltados supunham encontrar o esquecimento de sua posição nas paisagens renovadas dos caminhos; lá ficaram, apenas, as almas resignadas e crentes nos poderes espirituais que as conduziriam de novo às magnificências dos seus paraísos perdidos e distantes. Os cânticos dos Vedas são bem uma glorificação da fé e da esperança, em face da Majestade Suprema do Senhor do Universo. A faculdade de tolerar, e esperar, aflorou no sentimento coletivo das multidões, que suportaram heroicamente todas as dores e aguardaram o momento sublime da redenção. Os "mahatmas" criaram um ambiente de tamanha grandeza espiritual para o seu povo, que, ainda hoje, nenhum estrangeiro visita a terra sagrada da Índia sem de lá trazer as mais profundas impressões acerca de sua atmosfera psíquica. Eles deixaram também, ao mundo, as suas mensagens de amor, de esperança e de estoicismo resignado, salientando-se que quase todos os grandes vultos do passado humano, progenitores do pensamento contemporâneo, deles aprenderam as lições mais sublimes.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O EXPANSIONISMO DOS ÁRIAS

Muitos séculos antes de qualquer prenúncio de civilização terrestre, os árias espalharam-se pelas planícies hindus, dominando os autóctones, descendentes dos "primatas", que possuíam uma pele escura e deles se distanciavam pelos mais destacados caracteres físicos e psíquicos. Mais tarde, essa onda expansionista procurou localizar-se ao longo das terras da futura Europa, estabelecendo os primeiros fundamentos da civilização ocidental nos bosques da Grécia, nas costas da Itália e da França, bem como do outro lado do Reno, onde iam ensaiar seus primeiros passos as forças da sabedoria germânica. As balizas da sociedade dos gregos, dos latinos, dos celtas e dos germanos estavam lançadas. Cada corrente da raça ariana assimilou os elementos encontrados, edificando-se os primórdios da civilização européia; cada qual se baseou no princípio da força para o necessário estabelecimento, e, muito cedo, começaram no Velho Mundo os choques de suas famílias e tribos.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

OS ARIANOS PUROS

Era na Índia de então que se reuniam os arianos puros, entre os quais cultivavam-se igualmente as lendas de um mundo perdido, no qual o povo hindu colocava as fontes de sua nobre origem. Alguns acreditavam se tratasse do antigo continente da Lemúria, arrasado em parte pelas águas dos Oceanos Pacífico e Indico, e de cujas terras ainda existem porções remanescentes, como a Austrália. A realidade, porém, qual já vimos, é que, como os egípcios, os hindus eram um dos ramos da massa de proscritos da Capela, exilados no planeta. Deles descendem todos os povos arianos, que floresceram na Europa e hoje atingem um dos mais agudos períodos de transição na sua marcha evolutiva. O pensamento moderno é o descendente legitimo daquela grande raça de pensadores, que se organizou nas margens do Ganges, desde a aurora dos tempos terrestres, tanto que todas as línguas das raças brancas guardam as mais estreitas afinidades com o sânscrito, originário de sua formação e que constituía uma reminiscência da sua existência pregressa, em outros planos.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A ÍNDIA
A ORGANIZAÇÃO HINDU

Dos Espíritos degredados no ambiente da Terra, os que se gruparam nas margens do Ganges foram os primeiros a formar os pródromos de uma sociedade organizada, cujos núcleos representariam a grande percentagem de ascendentes das coletividades do porvir. As organizações hindus são de origem anterior à própria civilização egípcia e antecederam de muito os agrupamentos israelitas, de onde
sairiam mais tarde personalidades notáveis, como as de Abraão e Moisés. As almas exiladas naquela parte do Oriente muito haviam recebido da misericórdia do Cristo, de cuja palavra de amor e de cuja figura luminosa guardaram as mais comovedoras recordações, traduzidas na beleza dos Vedas e dos Upanishads. Foram elas as primeiras vozes da filosofia e da religião no mundo terrestre, como provindo de uma raça de profetas, de mestres e iniciados, em cujas tradições iam beber a verdade os homens e os povos do porvir, salientando-se que também as suas escolas de pensamento guardavam os mistérios iniciáticos, com as mais sagradas tradições de respeito.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

REDENÇÃO

Depois dessa edificação extraordinária, os grandes iniciados do Egito voltam ao plano espiritual, no curso incessante dos séculos. Com o seu regresso aos mundos ditosos da Capela, vão desaparecendo os conhecimentos sagrados dos templos tebanos, que, por sua vez, os receberam dos grandes sacerdotes de Mênfis. Aos mistérios de Ísis e de Osíris, sucedem-se os de Elêusis, naturalmente transformados nas iniciações da Grécia antiga. Em algumas centenas de anos, reuniram-se de novo, nos planos espirituais, os antigos degredados, com a sagrada bênção do Cristo, seu patrono e salvador. A maioria regressa, então, ao sistema da Capela, onde os corações se reconfortam nos sagrados reencontros das suas afeições mais santas e mais puras, mas grande número desses Espíritos, estudiosos e abnegados, conservaram-se nas hostes de Jesus, obedecendo a sagrados imperativos do sentimento e, ao seu influxo divino, muitas vezes têm reencarnado na Terra, para desempenho de generosas e abençoadas missões.

sábado, 4 de fevereiro de 2012


AS PIRÂMIDES

A assistência carinhosa do Cristo não desamparou a marcha desse povo cheio de nobreza moral. Enviou-lhe auxiliares e mensageiros, inspirando-o nas suas realizações, que atravessaram todos os tempos provocando a admiração e o respeito da posteridade de todos os séculos. Aquelas almas exiladas, que as mais interessantes características espirituais singularizam, conheceram, em tempo, que o seu degredo na Terra atingia o fim. Impulsionados pelas forças do Alto, os círculos iniciáticos sugerem a construção das grandes pirâmides, que ficariam como a sua mensagem eterna para as futuras civilizações do orbe. Esses grandiosos monumentos teriam duas finalidades simultâneas: representariam os mais sagrados templos de estudo e iniciação, ao mesmo tempo que constituiriam, para os pósteros, um livro do passado, com as mais singulares profecias em face das obscuridades do porvir. Levantaram-se, dessarte, as grandes construções que assombram a engenharia de todos os tempos. Todavia, não é o colosso de seus milhões de toneladas de pedra nem o esforço hercúleo do trabalho de sua justaposição o que mais empolga e impressiona a quantos contemplam esses monumentos. As pirâmides revelam os mais extraordinários conhecimentos daquele conjunto de Espíritos estudiosos das verdades da vida. A par desses conhecimentos, encontram-se ali os roteiros futuros da Humanidade terrestre. Cada medida tem a sua expressão simbólica, relativamente ao sistema cosmogônico do planeta e à sua posição no sistema solar. Ali está o meridiano ideal, que atravessa mais continentes e menos oceanos, e através do qual se pode calcular a extensão das terras habitáveis pelo homem, a distância aproximada entre o Sol e a Terra, a
longitude percorrida pelo globo terrestre sobre a sua órbita no espaço de um dia, a precessão dos equinócios, bem como muitas outras conquistas científicas que somente agora vêm sendo consolidadas pela moderna astronomia.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

OS EGÍPCIOS E AS CIÊNCIAS PSÍQUICAS

As ciências psíquicas da atualidade eram familiares aos magnos sacerdotes dos templos. O destino e a comunicação dos mortos e a pluralidade das existências e dos mundos eram para eles, problemas solucionados e conhecidos. O estudo de suas artes pictóricas positivam a veracidade destas nossas afirmações. Num grande número de frescos, apresenta-se o homem terrestre acompanhado do seu duplo espiritual. Os papiros nos falam de suas avançadas ciências nesse sentido, e, através deles, podem os egiptólogos modernos reconhecer que os iniciados sabiam da existência do corpo espiritual preexistente, que organiza o mundo das coisas e das formas. Seus conhecimentos, a respeito das energias solares com relação ao magnetismo humano, eram muito superiores aos da atualidade. Desses conhecimentos nasceram os processos de mumificação dos corpos, cujas fórmulas se perderam na indiferença e na inquietação dos outros povos. Seus reis estavam tocados do mais alto grau de iniciação, enfeixando nas mãos todos os poderes espirituais e todos os conhecimentos sagrados. É por isso que a sua desencarnação provocava a concentração mágica de todas as vontades, no sentido de cercar-lhes o túmulo de veneração e de supremo respeito. Esse amor não se traduzia, apenas, nos atos solenes da mumificação. Também o ambiente dos túmulos era santificado por um estranho magnetismo. Os grandes diretores da raça, que faziam jus a semelhantes consagrações, eram
considerados dignos de toda a paz no silêncio da morte. Nessas saturações magnéticas, que ainda aí estão a desafiar milênios, residem as razões da tragédia amarga de Lord Carnarvon e de alguns dos seus companheiros que penetraram em primeiro lugar na câmara mortuária de Tut Ankh Amon, e ainda por isso é que, muitas vezes, nos tempos que correm, os aviadores ingleses observam o não funcionamento dos aparelhos radiofônicos, quando as suas máquinas de vôo atravessam a limitada atmosfera do vale sagrado.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012


O CULTO DA MORTE E A METEMPSICOSE

Um dos traços essenciais desse grande povo foi a preocupação insistente e constante da Morte. A sua vida era apenas um esforço para bem morrer. Seus papiros e afrescos estão cheios dos consoladores mistérios do além-túmulo. Era natural. O grande povo dos faraós guardava a reminiscência do seu doloroso degredo na face obscura do mundo terreno. E tanto lhe doía semelhante humilhação, que, na lembrança do pretérito, criou a teoria da metempsicose, acreditando que a alma de um homem podia regressar ao corpo de um irracional, por determinação punitiva dos deuses. A metempsicose era o fruto da sua amarga impressão, a respeito do exílio
penoso que lhe fora infligido no ambiente terrestre. Inventou-se, desse modo, uma série de rituais e cerimônias para solenizar o regresso dos seus irmãos à pátria espiritual. Os mistérios de Ísis e Osíris mais não eram que símbolos das forças espirituais que presidem aos fenômenos da morte.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O POLITEÍSMO SIMBÓLICO

Nos círculos esotéricos, onde pontificava a palavra esclarecida dos grandes mestres de então, sabia-se da existência do Deus Único e Absoluto, Pai de todas as criaturas e Providência de todos os seres, mas os sacerdotes conheciam, igualmente, a função dos Espíritos prepostos de Jesus, na execução de todas as leis físicas e sociais da existência planetária, em virtude das suas experiências pregressas. Desse ambiente reservado de ensinamentos ocultos, partiu, então, a idéia politeísta dos numerosos deuses, que seriam os senhores da Terra e do Céu, do Homem e da Natureza. As massas requeriam esse politeísmo simbólico, nas grandes festividades exteriores da religião. Já os sacerdotes da época conheciam essa fraqueza das almas jovens, de todos os tempos, satisfazendo-as com as expressões esotéricas de suas lições sublimadas. Dessa idéia de homenagear as forças invisíveis que controlam os fenômenos naturais, classificando-as para o espírito das massas, na categoria dos deuses, é que nasceu a mitologia da Grécia, ao perfume das árvores e ao som das flautas dos pastores, em contacto permanente com a Natureza.