LIVRO PÃO NOSSO - CHICO XAVIER POR EMMANUEL
LEI DO USO
“E quando estavam saciados, disse Jesus
aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se
perca.” — (JOÃO, CAPÍTULO 6, VERSÍCULO 12.)
Observada a lei
do uso, a miséria fugirá do caminho humano.
Contra o desperdício
e a avareza é imperioso o trabalho de cada um, porque, identificado o equilíbrio,
o serviço da justiça econômica estará completo, desde que a boa-vontade habite
com todos.
A passagem
evangélica que descreve o trabalho de alimento à multidão assinala
significativas palavras do Senhor, quanto às sobras de pão, transmitindo ensinamento
de profunda importância aos discípulos.
Geralmente, o
aprendiz sincero, nos primeiros deslumbramentos da fé reveladora, deseja
desfazer-se nas atividades de benemerência, sem base na harmonia real.
Aí temos, indiscutivelmente, louvável
impulso, mas, ainda mesmo na distribuição dos bens materiais, é indispensável
evitar o descontrole e o excesso.
O Pai não suprime o inverno, porque
alguns dos seus filhos se queixam do frio, mas equilibra a situação,
dando-lhes coberturas.
A
caridade reclama entusiasmo, entretanto, exige também discernimento generoso,
que não incline o coração à secura.
Na grande
assembléia de necessitados do monte, por certo, não faltariam preguiçosos e
perdulários, prontos a inutilizar a parte restante de pão, sem necessidade
justa. Jesus, porém, antes que os levianos se manifestassem, recomendou
claramente: — “Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.” É
que, em todas as coisas, o homem deverá reconhecer que o uso é compreensível na
Lei, desprezando o abuso que é veneno mortal nas fontes da vida.
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