terça-feira, 3 de setembro de 2013

LIVRO PÃO NOSSO - CHICO XAVIER POR EMMANUEL

LEI DO USO


       “E quando estavam saciados, dis­se Jesus aos seus discípulos: Reco­lhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.” — (JOÃO, CAPÍTULO 6, VERSÍCULO 12.)

Observada a lei do uso, a miséria fugirá do ca­minho humano.
Contra o desperdício e a avareza é imperioso o trabalho de cada um, porque, identificado o equilí­brio, o serviço da justiça econômica estará completo, desde que a boa-vontade habite com todos.
A passagem evangélica que descreve o trabalho de alimento à multidão assinala significativas palavras do Senhor, quanto às sobras de pão, transmitindo en­sinamento de profunda importância aos discípulos.
Geralmente, o aprendiz sincero, nos primeiros deslumbramentos da fé reveladora, deseja desfazer-se nas atividades de benemerência, sem base na har­monia real.
Aí temos, indiscutivelmente, louvável impulso, mas, ainda mesmo na distribuição dos bens materiais, é indispensável evitar o descontrole e o excesso.
O Pai não suprime o inverno, porque alguns dos seus filhos se queixam do frio, mas equilibra a situa­ção, dando-lhes coberturas.
A caridade reclama entusiasmo, entretanto, exige também discernimento generoso, que não incline o coração à secura.

Na grande assembléia de necessitados do monte, por certo, não faltariam preguiçosos e perdulários, prontos a inutilizar a parte restante de pão, sem ne­cessidade justa. Jesus, porém, antes que os levianos se manifestassem, recomendou claramente: — “Reco­lhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.” É que, em todas as coisas, o homem deverá reconhecer que o uso é compreensível na Lei, des­prezando o abuso que é veneno mortal nas fontes da vida.

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