segunda-feira, 2 de setembro de 2013

LIVRO PÃO NOSSO - CHICO XAVIER POR EMMANUEL

A LÍNGUA

       “A língua também é um fogo.” — (TIAGO, CAPÍTULO 3, VERSÍCULO 6.)

A desídia das criaturas justifica as amargas con­siderações de Tiago, em sua epístola aos compa­nheiros.
O início de todas as hecatombes no Planeta lo­caliza-se, quase sempre, no mau uso da língua.
Ela está posta, entre os membros, qual leme de embarcação poderosa, segundo lembra o grande apóstolo de Jerusalém.
Em sua potencialidade, permanecem sagrados recursos de criar, tanto quanto o leme de proporções reduzidas foi instalado para conduzir.
A língua detém a centelha divina do verbo, mas o homem, de modo geral, costuma desviá-la de sua função edificante, situando-a no pântano de cogi­tações subalternas e, por isto mesmo, vêmo-la à frente de quase todos os desvarios da humanidade sofre­dora, cristalizada em propósitos mesquinhos, à mín­gua de humildade e amor.
Nasce a guerra da linguagem dos interesses criminosos, insatisfeitos. As grandes tragédias sociais se originam, em muitas ocasiões, da conversação dos sentimentos inferiores.
Poucas vezes a língua do homem há consolado e edificado os seus irmãos; reconheçamos, porém, que a sua disposição é sempre ativa para excitar, disputar, deprimir, enxovalhar, acusar e ferir desa­piedadamente.

O discípulo sincero encontra nos apontamentos de Tiago uma tese brilhante para todas as suas ex­periências. E, quando chegue a noite de cada dia, é justo interrogue a si mesmo: — “Terei hoje utilizado a minha língua, como Jesus utilizou a dele?”

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