quarta-feira, 16 de maio de 2012

OS MÁRTIRES

Antes do movimento de propagação das idéias cristãs no seio da sociedade romana, já os prepostos de Jesus se preparavam para auxiliar os missionários da nova fé, conhecendo a reação dos patrícios em face dos postulados de fraternidade da nova doutrina. As classes mais abastadas não podiam tolerar semelhantes princípios de igualdade, quais os que preconizavam as lições do Nazareno, considerados como postulados de covardia moral, incompatíveis com a orgulhosa filosofia do Império, e é assim que vemos os cristãos sofrendo os martírios da primeira perseguição, iniciada no reinado de Nero, de tão dolorosas quão terríveis lembranças. Nenhum instrumento de suplício foi esquecido na experimentação da fé e da constância daquelas almas resignadas e heróicas. O açoite, a cruz, o cavalete, as unhas de ferro, o fogo, os leões do circo, tudo foi lembrado para maior eficiência da perseguição aos seguidores do Carpinteiro de Nazaré. Pedro e Paulo entregam a vida na palma dos martírios santificadores e de Nero a Diocleciano uma nuvem pesada, de sangue e de lágrimas, envolve a alma cristã, cheia de confiança na Providência Divina. O próprio Marco Aurélio, cuja elevada estatura espiritual recebera do Alto a missão de paralisar semelhantes desatinos, não conseguiu deter a corrente de forças trevosas, mas o sangue dos cristãos era a seiva da vida lançada às divinas sementes do Cordeiro, e os seus sacrifícios foram bem os reflexos da amorosa vibração do ensinamento do Cristo, atravessando os séculos da Terra para ser compreendido e praticado nos milênios do porvir.

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