quarta-feira, 30 de maio de 2012

A DESTRUIÇÃO DO IMPÉRIO

A fraqueza e a impenitência dos homens não lhes deixou compreender que o Cristianismo fora chamado à tarefa do governo tão-somente para educar o sentimento dos governantes, preparando-os para levar o esclarecimento e a fraternidade aos outros povos da Terra, então considerados bárbaros pela cultura do Império. Não obstante todos os esforços em contrário, dos mensageiros de Jesus, Bonifácio III cria o Papado em 607, contrapondo-se a todas as disposições de humildade que deveriam reger a vida da Igreja. As forças do mal, aliadas à incúria e vaidade dos homens, haviam obtido um triunfo relativo e transitório. Os gênios do Espaço, todavia, à claridade soberana da misericórdia do Senhor, reúnem-se no Infinito, adotando providências novas, concernentes ao progresso dos homens. Todos os recursos haviam sido prodigalizados a Roma, a fim de que as suas expressões políticas e intelectuais se estendessem pelo orbe, abrangendo todas as gentes no mesmo amplexo de amor e de unidade; sua alma coletiva, no entanto, havia deturpado todas as possibilidades sagradas de edificação e renegado todos os grandes ensinamentos. Advertências penosas não lhe faltaram do Alto, como nos acontecimentos inesquecíveis e dolorosos do Vesúvio, nas cidades da Campânia. Séculos de luta e de ensinamento se haviam escoado, sem que a alma do Império se compenetrasse dos seus deveres necessários. É então que Jesus determina a transformação do Império organizado e poderoso. Suas águias orgulhosas haviam singrado todos os mares, o Mediterrâneo era propriedade sua, todos os povos se lhe curvavam para a homenagem e para a obediência, mas uma força invisível arrancou-lhe todos os diademas, tirou-lhe as energias e lhe reduziu as glórias a um punhado de cinzas. Até hoje, o espírito que investiga o passado inquire o motivo desses sinistros arrasamentos; mas a verdade é que todos os fundamentos da Terra residem em Jesus-Cristo.

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