terça-feira, 1 de maio de 2012

FIM DA VAIDADE HUMANA

O Império Romano, que poderia ter levado a efeito a fundação de um único Estado na superfície do mundo, em virtude da maravilhosa unidade a que chegou e mercê do esforço e da proteção do Alto, desapareceu num mar de ruínas, depois das suas guerras, desvios e circos cheios de feras e gladiadores. O imenso organismo apodreceu nas chagas que lhe abriram a incúria e a impiedade dos próprios filhos e, quando não foi mais possível o paliativo da misericórdia dos espíritos abnegados e compassivos, dada a galvanização dos sentimentos gerais na mesa larga dos excessos e prazeres terrestres, a dor foi chamada a restabelecer o fundamento da verdade nas almas. Da orgulhosa cidade dos imperadores não restaram senão pedras sobre pedras. Sob o látego da expiação e do sofrimento, os Espíritos culpados trocaram a sua indumentária para a evolução e para o resgate no cenário infinito da vida, e, enquanto muitos deles ainda choram nos padecimentos  redentores, gemem sobre as ruínas do Coliseu de Vespasiano os ventos tristes e lamentosos da noite.

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