sábado, 30 de junho de 2012

SAUDADES!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O ESFORÇO DOS EMISSÁRIOS DO CRISTO

No Infinito, reúnem-se os emissários do Divino Mestre, em assembléias numerosas, sob a égide do seu pensamento misericordioso, organizando novos trabalhos para a evolução geral de todos os povos do planeta. Lamentam a inabilidade de muitos missionários do bem e do amor, que, partindo dos Espaços, saturados dos melhores e mais santos propósitos, experimentam no orbe a traição das próprias forças, influenciados pela imperfeição rude do meio a que foram conduzidos. Muitos deles se deixavam deslumbrar pelas riquezas efêmeras, mergulhando no oceano das vaidades dominadoras, estacionando nos caminhos evolutivos, e outros, como Luís IX, de França, excediam-se no poder e na autoridade, cometendo atos de quase selvajaria, cumprindo os seus sagrados deveres espirituais com poucos benefícios e amplos prejuízos gerais para as criaturas. Mas, compelidas pelas leis do amor que regem o Universo, essas entidades compassivas jamais negaram do Alto o seu desvelado concurso a favor do progresso dos povos, procurando aperfeiçoar as almas e guiando os missionários do Cristo através dos mais espinhosos caminhos.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

FIM DAS CRUZADAS

Em fins do século XII Jerusalém cai em poder de Saladino. Os príncipes cristãos do Ocidente preparam-se para a terceira Cruzada, assinalando-se as vitórias de S. João d'Acre. As lutas no Oriente sucederam-se anos a fio como furacões periódicos e devastadores. A Palestina possuía, até então, os seus recantos maravilhosos de verdura abundante. A Galiléia era um vasto jardim, cheio de perfume e de flores. Mas tantos foram os embates dos exércitos inimigos, tantas as lutas de extermínio e de ambição, que a própria Natureza pareceu maldizer para sempre os lugares que mereciam o amor e o carinho dos homens. As últimas Cruzadas foram dirigidas por Luís IX, o rei santo de França que, depois da tomada de Damieta, caiu em poder dos nimigos, pagando fabuloso resgate e vindo a desprender-se da vida terrestre em 1270, defronte de Túnis, vitimado pela peste. Os mensageiros de Jesus, que de todos os acontecimentos sabem extrair os fatores da evolução humana para o bem, buscam aproveitar a utilidade desses acontecimentos dolorosos. Foi por essa razão que as Cruzadas, não obstante o seu caráter anticristão, fizeram-se acompanhar de alguns benefícios de ordem econômica e social para todos os povos. Na Europa a sua influência foi regeneradora, enfraquecendo a tirania dos senhores feudais e renovando a solução dos problemas da propriedade, conjurando muitas lutas isoladas. Além disso, os seus movimentos intensificaram, sobremaneira, as relações do Ocidente com o Oriente, apenas paralisadas mais tarde, em vista da ferocidade dos turcos e dos invasores mongóis.

terça-feira, 26 de junho de 2012

AS CRUZADAS E O FIM DA IDADE MÉDIA
AS PRIMEIRAS CRUZADAS

Reportando-nos ao século XI, as Cruzadas nos merecem especial referência, dados os seus movimentos, característicos da época. Desde Constantino que os lugares santos da Palestina haviam adquirido considerável importância para a Europa ocidental. Milhares de peregrinos visitavam anualmente a paisagem triste de Jerusalém, identificando os caminhos da Paixão de Jesus, ou os traços da vida dos Apóstolos. Enquanto dominavam na região os árabes de Bagdá ou do Egito, as correntes do turismo católico podiam buscar, sem receio, as paragens sagradas; mas a Jerusalém do século XI havia caído sob o poder dos turcos, que não mais toleraram a presença dos cristãos, expulsando-os dali com a máxima crueldade. Semelhantes medidas provocam os protestos de todo o mundo católico do Ocidente e, no fim do referido século, preparam-se as primeiras cruzadas em busca da vitória contra o infiel. A primeira expedição que saiu dos centros mais civilizados, sob o comando de Pedro, o Eremita, não chegou a ausentar-se da Europa, dispersada que foi pelos búlgaros e húngaros. Todavia, em 1096, Godofredo de Bouillon com seus irmãos e Tancredo de Siracusa e outros chefes, depois de se reunirem em Constantinopla, demandaram Nicéia, com um exército de 500.000 homens. Depois da presa de Nicéia, apoderaram-se de Antioquia, penetrando em Jerusalém com a palma do triunfo. Ali quiseram presentear Godofredo de Bouillon com a coroa de rei, mas o duque da Baixa Lorena parecia rever o vulto luminoso do Senhor do Mundo, cuja fronte fora aureolada com a coroa de espinhos, e considerou sacrilégio o colocarem-lhe nas mãos um cetro de ouro, quando o Cristo tivera, tão-somente, nas mãos augustas e compassivas, uma cana ignominiosa. Depois de muita relutância, aceitou apenas o título de "defensor do Santo Sepulcro", organizando-se logo em seguida as ordens religiosas de caráter exclusivamente militar, como a dos Templários e a dos Hospitalários. Os turcos, porém, não descansaram. Depois de muitas lutas, apossaram-se de Edessa, obrigando o papa Eugênio III a providenciar a segunda Cruzada, que, chefiada por Luís VII da França e Conrado III da Alemanha, teve os mais desastrosos efeitos.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A OBRA DO PAPADO

Há quem tente justificar esses longos séculos de sombra pelos hábitos e concepções  daquele tempo. Mas, a verdade é que o progresso das criaturas poderia dispensar esse mecanismo de crimes monstruosos. Por isso, nos débitos romanos pesam essas responsabilidades tão tremendas quão dolorosas. A Inquisição foi obra direta do papado, e cada personalidade, como cada instituição, tem o seu processo de contas na Justiça Divina. Eis por que não podemos justificar a existência desse tribunal espantoso, cuja ação criminosa e perversa entravou a evolução da Humanidade por mais de seis longos séculos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A INQUISIÇÃO

Muito pouco valeram as lições do bem, diante do mal triunfante, porque em 1231 o Tribunal da Inquisição estava consolidado com Gregório IX. Esse instituto, ironicamente, nesse tempo não condenava os supostos culpados diretamente à morte - pena benéfica e consoladora em face dos martírios infligidos aos que lhe caíssem nos calabouços -, mas podia aplicar todos os suplícios imagináveis. A repressão das "heresias" foi o pretexto de sua consolidação na Europa, tornando-se o flagelo e a desdita do mundo inteiro. Longo período de sombras invadiu os departamentos da atividade humana. A penumbra dos templos era teatro de cenas amargas e sacrílegas. Crimes tenebrosos foram perpetrados ao pé dos altares, em nome dAquele que é amor, perdão e misericórdia. A instituição sinistra da Igreja ia cobrir a estrada evolutiva do homem com um sudário de trevas espessas.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

OS FRANCISCANOS

O esforço poderoso do missionário, todavia, se não conseguiu mudar a corrente de ambições dos papas romanos, deixou traços fulgurantes da sua passagem pelo planeta. Seu exemplo de simplicidade e de amor, de singeleza e de fé, contagiou numerosas criaturas, que se entregaram ao santo mister de regenerar almas para Jesus. A ordem dos Franciscanos chegou a congregar mais de duzentos mil missionários e seguidores do grande inspirado. Eles repeliam qualquer auxílio pecuniário, para aceitar tão-somente os alimentos mais pobres e mais grosseiros, e o característico que mais os destacava das outras comunidades religiosas era o seu alheamento dos mosteiros. Em vez de repousarem à sombra dos claustros, na tranqüilidade e na meditação, esses espíritos abnegados reconheciam que a melhor oração, para Deus, é a do trabalho construtivo, no aperfeiçoamento do mundo e dos corações.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

FRANCISCO DE ASSIS

Os apelos do Alto continuaram a solicitar a atenção da Igreja romana em todas as direções. As chamadas "heresias" brotavam por toda parte onde houvesse consciências livres e corações sinceros, mas as autoridades do Catolicismo nunca se mostraram dispostas a receber semelhantes exortações. Havia terminado, em 1229, a guerra contra os hereges, cujos embates atravessaram o espaço de vinte anos, quando alguns chefes da Igreja consideraram a oportunidade da fundação do tribunal da penitência, cujos projetos de há muito preocupavam o pensamento do Vaticano. Mascarar-se-ia o cometimento com o pretexto da necessidade de unificação religiosa, mas a realidade é que a instituição desejava dilatar o seu vasto domínio sobre as consciências. Todavia, se a Inquisição preocupou longamente as autoridades da Igreja, antes da sua fundação, o negro projeto preocupava igualmente o Espaço, onde se aprestaram providências e medidas de renovação educativa. Por isso, um dos maiores apóstolos de Jesus desceu à carne com o nome de Francisco de Assis. Seu grande e luminoso espírito resplandeceu próximo de Roma, nas regiões da Úmbria desolada. Sua atividade reformista verificou-se sem os atritos próprios da palavra, porque o seu sacerdócio foi o exemplo na pobreza e na mais absoluta humildade. A Igreja, todavia, não entendeu que a lição lhe dizia  respeito e, ainda uma vez, não aceitou as dádivas de Jesus.

terça-feira, 19 de junho de 2012

AS ADVERTÊNCIAS DE JESUS

Instalada nas suas imensas riquezas e dispondo de todo o poder e autoridade, a Igreja poucas vezes compreendeu a tarefa de amor, que competia à sua missão educativa. Habituada a mandar sem restrições, muitas vezes recebeu as advertências de Jesus à conta de heresias condenáveis, que era preciso combater e profligar. As exortações do Alto não se faziam sentir tão-somente no seio das ordens religiosas, onde penitentes humildes proporcionavam aos seus orgulhosos superiores  eclesiásticos as mais santas lições da piedade cristã. Também na sociedade civil as sementes de luz deixavam entrever os mais esperançosos rebentos de compreensão e de sabedoria, acerca do Evangelho e dos exemplos do Cristo. Neste caso está Pedro de Vaux, que, embora sendo um homem de negócios, em Lião, desligou-se de todos os laços que o prendiam às riquezas humanas, despojando-se de todos os bens em favor dos pobres e necessitados, comovido com a leitura da exemplificação de Jesus no seu Evangelho de amor e redenção. Esse homem extraordinário, a quem fora cometida a missão de instrumento da vontade do Senhor, mandou traduzir os livros sagrados para leitura pública e, junto de outros companheiros que passaram à História com o nome de valdenses, iniciou amplo movimento de pregações evangélicas, à maneira dos tempos apostólicos. Os "Pobres  de Lião" foram excomungados, primeiramente pelo arcebispo da cidade e mais tarde, em 1185, pelo pontífice do Vaticano. A Igreja não poderia tolerar outra doutrina que não a sua, feita de orgulho e mal disfarçada ambição. Qualquer lembrança verdadeira e sincera, do seu divino Fundador, era tomada como heresia abominável e suscetível das mais severas punições. A verdade, porém, é que, se os valdenses foram caluniados pelas forças católicas,  suas pregações e apelos nunca mais desapareceram do mundo desde o século XI, porque, com vários nomes, as suas organizações subsistiram na Europa até à Reforma, não obstante os guantes de ferro da Inquisição.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

GREGÓRIO VII

Foi nesse movimento de restauração que Hildebrando, conhecido como Gregório VII, ouvindo as inspirações que lhe desciam ao coração, do plano invisível, preparou-se para a missão que o esperava no Vaticano. Sua figura é das mais importantes do século XI, pela fé e pela sinceridade que lhe caracterizaram as atitudes. Eleito papa, após a desencarnação de Alexandre II, reconheceu que as primeiras providências que lhe competiam eram as do combate ao simonismo no seio da instituição católica e as do restabelecimento da autoridade da Igreja, que ele desejou sinceramente reconduzir ao seio do Cristianismo, embora as lutas sustentadas contra Henrique IV façam parecer o contrário. Convocando um concílio em Roma, no ano de 1074, procurou reprimir a enormidade de tantos abusos referentes ao mercado dos sacramentos e às honras eclesiásticas. Filipe I e Henrique IV prometem amparo e auxílio às decisões do pontífice, no sentido de regenerar a organização da Igreja. Henrique IV, porém, prestigiado pelos bispos culpados de simonia, fugiu ao cumprimento da promessa e, depois de exortado por Gregório VII, tenta depô-lo, reunindo em Worms um sínodo de sacerdotes transviados. O papa excomunga o príncipe rebelado, ocorrendo então os célebres acontecimentos de Canossa. A luta ainda não havia terminado, quando Gregório VII se desprende do mundo em 1085, deixando, porém, o caminho preparado para a Concordata de Worms, que se realizaria em 1122 com Henrique V, com a independência da Igreja e a regeneração aproximada de sua disciplina.

domingo, 17 de junho de 2012

OS ABUSOS DO PODER RELIGIOSO
FASES DA IGREJA CATÓLICA

Apesar dos numerosos desvios da Igreja romana, que esquecera os princípios cristãos tão logo que chamada aos gabinetes da política do mundo, nunca o Catolicismo foi de todo abandonado pelas potências do bem, no mundo espiritual. Advertências inúmeras lhe foram enviadas em todos os tempos da sua vida histórica, pela misericórdia do Cristo, condoído da impiedade de quantos, sob o seu nome, manchavam o altar dos templos. Enquanto esteve subordinada aos imperadores de Constantinopla, a instituição católica trabalhou para libertar-se de semelhante tutela,  procurando a mais ampla independência espiritual, somente conseguida depois do papa Estêvão II, em 756, com a organização do chamado Patrimônio de São Pedro. A esse tempo, os vários soberanos da época dispunham da Igreja de acordo com os seus caprichos pessoais, conferindo dignidades eclesiásticas às consciências mais apodrecidas. A sede do Catolicismo se transformara em vasto mercado de títulos nobiliárquicos de toda a espécie. Até depois do século X, semelhante situação de descalabro moral marchava para a frente, num crescendo espantoso. Os Apóstolos do Divino Mestre, nas claridades do Infinito, deploram semelhantes espetáculos de indigência espiritual e promovem a reencarnação de numerosos auxiliares da tarefa remissora, nas hostes da regra de São Bento. Estes missionários da verdade e do bem operam a restauração do mosteiro de Cluny, de onde sairiam pensamentos novos e energias regeneradoras.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

RAZÕES DO FEUDALISMO

Esse regime, todavia, é facilmente explicável. A missão de Carlos Magno houvera sido organizada pelo plano invisível como uma das mais vastas tentativas de reorganização do império do Ocidente, mas, observando-se a inutilidade do tentame, em virtude do endurecimento da maioria dos corações, as autoridades espirituais, sob a égide do Cristo, renovaram os processos educativos do mundo europeu, então no início da civilização atual, chamando todos os homens para a vida do campo, a fim de aprenderem melhor, no trato da terra e no contacto da Natureza. Só o feudalismo podia realizar essa obra, e as suas normas, embora grosseiras, foram aproveitadas na escola penosa das aquisições espirituais, onde a reflexão e a sensibilidade iam surgir para a construção do edifício milenar da civilização do Ocidente.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O FEUDALISMO

Depois das nobres conquistas atenienses em matéria de política administrativa, depois das grandes jornadas do direito romano à face do mundo, custa-se a entender o porque do feudalismo, que se estendeu pela Europa, desde o século VIII até o século XII, figurando-se ao estudioso da História um como retrocesso de toda a civilização. Toda a unidade política desaparece nesses tempos de luzidas lembranças para a Humanidade. A propriedade individual jamais alcançou tamanha importância e nunca a servidão moral ganhou tão forte impulso. Com semelhante regime, as lutas fratricidas tiveram campo largo no território europeu, disputando-se uma hegemonia que jamais chegava na equação dos movimentos bélicos. Somente as poucas qualidades cristãs da Igreja Católica conseguiram atenuar o caráter nefasto dessa situação, instituindo-se as chamadas "tréguas de Deus", obrigando os guerreiros ao repouso em determinados dias da semana, com o objetivo de comemorar as passagens da vida de Jesus Cristo e defendendo-se a paz com a periódica cessação das hostilidades.

terça-feira, 12 de junho de 2012

CARLOS MAGNO

É depois dessa época que Jesus permite a reencarnação de um dos mais nobres imperadores romanos, ansioso de auxiliar o espírito europeu na sua amargurada decadência. Essa entidade renasceu, então, sob o nome de Carlos Magno, o verdadeiro reorganizador dos elementos dispersos para a fundação do mundo ocidental. Quase analfabeto, criou as mais vastas tradições de energia e de bondade, com a superioridade que lhe caracterizava o espírito equilibrado e altamente evolvi do. Num reinado de 46 anos consecutivos, Carlos Magno intensificou a cultura, corrigiu defeitos administrativos que imperavam entre os povos desorganizados da Europa, deixando as mais belas perspectivas para a latinidade Sabe Jesus quanto de lágrimas lhe custou o cumprimento de uma tarefa dessa natureza, cujo desempenho exigia as mais altas qualidades de cérebro e coração. Mas, antecipando as doces comoções que o aguardavam no plano espiritual, numerosos amigos invisíveis, que com ele haviam caminhado na Roma do direito e do dever, cercam-lhe a personalidade na noite do Natal do ano 800, quando o seu pensamento em prece se elevava a Jesus, na basílica de São Pedro. Uma onda de vibrações harmoniosas invade o ambiente suntuoso, pouco propicio às demonstrações da verdadeira espiritualidade. Leão III, o papa reinante, sente-se tocado de incompreensível arrebatamento espiritual, e, aproximando-se do grande batalhador do bem, cinge-lhe a fronte com uma coroa de ouro, enquanto a multidão designa-o, em vozes comovidas e entusiásticas, como "imperador dos romanos". Carlos Magno sente que aquela cidade era também dele. Parece-lhe voltar ao passado longínquo, contemplando a Roma do pretérito, cheia de dignidade e de virtude. Seu coração derrama lágrimas, como Jeremias sobre a Jerusalém das suas dores, agradecendo a Jesus os favores divinos. Decorridos alguns anos sobre esse acontecimento, o grande imperador busca de novo as claridades do Além, para reconhecer que o seu esforço caía sobre as almas qual uma bênção, mas o império por ele organizado teria escassa duração.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

AS GUERRAS DO ISLÃ

Maomet, nas recordações do dever que o trazia à Terra, lembrando os trabalhos que lhe competiam na Ásia, a fim de regenerar a Igreja para Jesus, vulgarizou a palavra "infiel", entre as várias famílias do seu povo, designando assim os árabes que lhe, eram insubmissos, quando a expressão se aplicava, perfeitamente, aos sacerdotes transviados do Cristianismo. Com o seu regresso ao plano espiritual, toda a Arábia estava submetida à sua doutrina, pela força da espada; e todavia os seus continuadores não se deram por satisfeitos com semelhantes conquistas. Iniciaram no exterior as guerras santas", subjugando toda a África setentrional, no fim do século VII. Nos primeiros anos do século imediato, atravessaram o estreito de Gibraltar, estabelecendo-se na Espanha, em vista da escassa resistência dos visigodos atormentados pela separação, e somente não seguiram caminho além dos Pirineus porque o plano espiritual assinalara um limite às suas operações, encaminhando Carlos Martel para as vitórias de 732.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O ISLAMISMO

Antes da fundação do Papado, em 607, as forças espirituais se viram compelidas a um grande esforço no combate contra as sombras que ameaçavam todas as consciências. Muitos emissários do Alto tomam corpo entre as falanges católicas no intuito de regenerar os costumes da Igreja. Embalde, porém, tentam operar o retorno de Roma aos braços do Cristo, conseguindo apenas desenvolver o máximo de seus esforços no penoso trabalho de arquivar experiências para as gerações vindouras. Numerosos Espíritos reencarnam com as mais altas delegações do plano invisível. Entre esses missionários, veio aquele que se chamou Maomet, ao nascer em Meca no ano 570. Filho da tribo dos Coraixitas, sua missão era reunir todas as tribos árabes sob a luz dos ensinos cristãos, de modo a organizar-se na Ásia um movimento forte de restauração do Evangelho do Cristo, em oposição aos abusos romanos, nos ambientes da Europa. Maomet, contudo, pobre e humilde no começo de sua vida, que deveria ser de sacrifício e exemplificação, torna-se rico após o casamento com Khadidja e não resiste ao assédio dos Espíritos da Sombra, traindo nobres obrigações espirituais com as suas fraquezas. Dotado de grandes faculdades mediúnicas inerentes ao desempenho dos seus compromissos, muitas vezes foi aconselhado por seus mentores do Alto, nos grandes lances da sua existência, mas não conseguiu triunfar das inferioridades humanas. É por essa razão que o missionário do Islã deixa entrever, nos seus ensinos, flagrantes contradições. A par do perfume cristão que se evola de muitas das suas lições, há um espírito belicoso, de violência e de imposição; junto da doutrina fatalista encerrada no Alcorão, existe a doutrina da responsabilidade individual, divisando-se através de tudo isso uma imaginação superexcitada pelas forças do bem e do mal, num cérebro transviado do seu verdadeiro caminho. Por essa razão o Islamismo, que poderia representar um grande movimento de restauração do ensino de Jesus, corrigindo os desvios do Papado nascente, assinalou mais uma vitória das Trevas contra a Luz e cujas raízes era necessário extirpar.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O IMPÉRIO BIZANTINO

Depois da morte do imperador Teodósio, eis que o mundo conhecido se reparte em dois impérios - o do Ocidente e o do Oriente - divididos entre os seus dois filhos, Honório e Arcádio. Com o assalto dos hérulos, em 476 desaparece o império ocidental e com ele, para sempre, os resquícios da integridade do Império Romano, instalando-se depois, em 493, o reino ostrogodo na Itália, tendo Ravena por capital. Constantinopla é então a sucessora legítima da grande cidade imperial. O império bizantino era o depositário da legislação e dos costumes romanos. Um poderoso sopro de latinidade vitaliza as suas instituições. Debalde, porém, as expressões romanas buscam um refúgio nas outras terras, com o objetivo de uma perpetuação. Homens enérgicos, como Justiniano, não conseguem salvá-las. Forças ocultas e poderosas estavam incumbidas de sua visceral renovação, e, não obstante sua resistência milenar, o império bizantino, herdeiro dos Césares, ia cair exânime, em 1453, ao assalto de Maomet II.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A IDADE MEDIEVAL
OS MENSAGEIROS DE JESUS

Em todo o século VI, de conformidade com as deliberações efetuadas no plano invisível, aparecem grandes vultos de sabedoria e bondade, contrastando a vaidade orgulhosa dos bispos católicos, que em vez de herdarem os tesouros de humildade e amor do Crucificado, reclamaram para si a vida suntuosa, as honrarias e prerrogativas dos imperadores. Os chefes eclesiásticos, guindados à mais alta preponderância política, não se lembravam da pobreza e da simplicidade apostólicas, nem das palavras do Messias, que afirmara não ser o seu reino ainda deste mundo. Todavia, nesse pantanal de ambições floresciam, igualmente, os lírios da misericórdia de Jesus, em sublimadas realizações de sacrifício e bondade.  Espíritos heróicos e missionários, cuja maioria não se incorporou aos nomes da galeria histórica terrestre, exerceram a função de novos sacerdotes da idéia sagrada do Cristianismo, conservando-lhe o fogo divino para as futuras gerações do planeta. Subordinados, embora, à disciplina da Igreja romana, eles ouviam, no ádito do coração, a palavra eterna e suave do Divino Jardineiro e sabiam, por isso, que a sua missão era a da renúncia, do sacrifício e da humildade. Roma podia negociar os títulos eclesiásticos com a política do mundo e estabelecer a simonia nos templos sagrados, esquecendo os mais severos compromissos; eles, porém, nas suas túnicas rotas, atravessariam o mundo alentando a palavra das promessas evangélicas, edificariam pousos de silêncio e de misericórdia, onde guardassem as tradições escritas da cultura sagrada, para os dias do porvir. Desses exércitos de abnegados que se organizaram com Jesus e por Jesus, no seio da Igreja, somos levados a destacar os missionários beneditinos, cujo esforço amoroso e paciente conduziu grande número de coletividades dos povos considerados bárbaros, principalmente os germanos, para o seio generoso das idéias do Cristianismo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

MESTRES DO AMOR E DA VIRTUDE

Almas sublimadas e corajosas reencarnam, então, sob a égide de Jesus e para a grande tarefa de orientar as forças políticas da igreja romana, agora organizada à maneira das construções efêmeras do mundo. O Papado era a obra do orgulho e da iniquidade; mas o Cristo não desampara os mais infelizes e os mais desgraçados, e foi assim que surgiram, no seio mesmo da Igreja, alguns mestres do amor e da virtude, ensinando o caminho claro da evolução aos povos invasores, trazendo-os ao pensamento cristão e destinando-os aos tempos luminosos do porvir.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

RAZÕES DA IDADE MÉDIA

A queda do Império Romano determinara no mundo extraordinárias modificações. Muitas almas heróicas e valorosas, que se haviam purificado nas lutas depuradoras, não obstante o ambiente pantanoso dos vícios e das paixões desenfreadas, ascenderam definitivamente a planos espirituais mais elevados, apenas voltando às atmosferas do planeta para o cumprimento de enobrecedoras e santificantes missões. A desorganização geral com os movimentos revolucionários dos outros povos do globo terrestre, que embalde esperam o socorro moral do governo dos imperadores, originara um longo estacionamento nos processos evolutivos. É ai, nessa época de transições que agora atinge as suas culminâncias, que vamos encontrar as razões da Idade Média, ou o período escuro da história da Humanidade. Só esse ascendente místico da civilização pôde explicar o porque das organizações feudais, depois de tão grandes conquistas da mentalidade humana, nos grandes problemas da unidade e da centralização política do mundo. É que um novo ciclo de civilização começava sob a amorosa proteção do Divino Mestre, e as últimas expressões espirituais do grande Império retiravam-se para o silêncio dos santuários e dos retiros espirituais, para chorar na solidão dos conventos, sobre o cadáver da grande civilização que não soubera prover ao seu glorioso destino.