domingo, 6 de fevereiro de 2011

DESFORÇO

Fere, profundamente, o sentimento e a razão, a injustiça. Magoa, sem dúvida, a agressão injustificável. A rede das maldades, quando envolve alguém, asfixia-o e aflige-o. São muitos os fatores e acontecimentos que surgem à frente, obstaculizando a tua marcha. Não o deplores, nem revides deixando-te empolgar pelo anseio do desforço. Os outros, os infelicitadores, já são infelizes sem que lhes aumentes a carga de desar com os revides e a vingança, tão covardes e insensatos quanto as más ações danosas. Certamente, não mereces muitas dessas dores, pelo menos na atual conjuntura e na forma como te alcançam. Sem embargo, não és viajor de primeira experiência, incurso num passado que te serve de base para o presente. Como deves lutar para modificar, nas causas, os efeitos perniciosos que afetam a muitas outras criaturas, não te é lícita a ação ignóbil de vingança. Só os homens de pequeno porte moral se desforçam, tombando em fosso mais profundo do que aquele em que se encontra o seu perseguidor. Se desculpas o acusador, és melhor do que ele. Se perdoas o inimigo, te encontras em mais feliz situação do que a dele. Se ajudas a quem te fere, seja por qual motivo for, lograste ser um homem de bem, um verdadeiro cristão. Desforço, jamais!

EPISÓDIOS DIÁRIOS
DIVALDO FRANCO POR JOANNA DE ÂNGELIS

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