quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O AMOR


Ocultando frustrações pertinazes e gerando mecanismos de transferência neurótica, as personalidades atormentadas aferram-se ao amor-desejo, ao amor-sexo, ao amor-posse, ao amor-ambição, deixando-se consumir pelos vapores da perturbação, que a insistência mental e insensata do gozo desenvolve em forma de incêndio voraz. O atormentado fixa a sua identidade na necessidade do que denomina amor e projeta-se, inconscientemente, sobre quem ele diz amar, impondo-se com sofreguidão irrefreável, ou acalentando intimamente a realização do que anela, em terrível desarmonia interior. A quanto mais aspira e frui, mais exige e sofre; se não logra a realização, mais se decompõe, perdendo ou matando, com os raios venenosos da mente em desalinho, as defesas imunológicas e a vibração de harmonia mental, logo tombando nos estados enfermiços.

O SER CONSCIENTE
DIVALDO FRANCO
POR JOANNA DE ÂNGELIS

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