segunda-feira, 4 de maio de 2015

LIVRO "A CAMINHO DA LUZ" PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER PELO ESPIRITO DE EMMANUEL

SÓCRATES

É  por  isso  que,  de  todas  as  grandes  figuras  daqueles  tempos  longínquos,  somos compelidos a destacar a grandiosa figura de Sócrates, na Atenas antiga. Superior  a  Anaxágoras,  seu  mestre,  como  também  imperfeitamente  interpretado pelos seus três discípulos mais famosos, o grande filósofo está  aureolado pelas mais divinas claridades espirituais,  no curso de todos os séculos  planetários. Sua existência, em algumas circunstâncias, aproxima-se da exemplificação do próprio Cristo. Sua palavra confunde todos os espíritos  mesquinhos da época e faz desabrochar florações novas de sentimento e cultura na alma sedenta da mocidade. Nas praças públicas, ensina à infância e à juventude o  formoso ideal da fraternidade e da prática do bem, lançando as sementes generosas   da solidariedade dos pósteros. Mas Atenas, como cérebro do mundo de então, apesar do seu vasto  progresso, não consegue  suportar  a  lição  avançada  do  grande  mensageiro  de  Jesus.  Sócrates  é  acusado  de perverter os jovens atenienses, instilando-lhes  o  veneno da liberdade nos corações.  Preso e humilhado,  seu  espírito  generoso  não  se  acovarda  diante  das  provas  rudes  que  lhe extravasam do cálice de amarguras. Consciente da missão que trazia,  recusa fugir do próprio cárcere, cujas portas se lhe abrem às ocultas pela generosidade de alguns juízes. Os enviados do plano invisível cercam-lhe  o coração magnânimo  e  esclarecido, nas horas mais ásperas e agudas da provação; e quando a esposa,  Xantipa, assoma às grades da prisão para comunicar-lhe  a nefanda condenação à  morte pela cicuta, ei-la  exclamando no auge da angústia e desesperação:
– “Sócrates, Sócrates, os juízes te condenaram à morte...”
–  "Que  tem  isso?  –  responde  resignadamente  o  filósofo  –  Eles  também  estão condenados pela Natureza.”
– “Mas essa condenação é injusta..." – soluça ainda a desolada esposa.
E ele a esclarece com um olhar de paciência e de carinho:
– “E quererias que ela fosse justa?"
Senhor do seu valoroso e resignado heroísmo, Sócrates abandona a Terra,  alçando-se de novo aos páramos constelados, onde o aguardava a bênção de Jesus.

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