quarta-feira, 29 de abril de 2015

LIVRO "A CAMINHO DA LUZ" PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER PELO ESPIRITO DE EMMANUEL

ATENAS E ESPARTA

Muitas  teorias  científicas,  que  provocam  o  sensacionalismo  dos  vossos  dias  como inovações  ultramodernas,  foram  conhecidas  da  Grécia,  em  cujos  mestres  têm   os  seus legítimos fundamentos. Em matéria de doutrinas sociais, grandes ensaios foram realizados,  divulgando-se  a mais  farta  colheita  de  ensinamentos;  e  quando  meditamos  no  conflito  moderno  entre  os Estados totalitários, fascistas ou comunistas e as repúblicas democráticas, devemos volver os olhos  ao  passado,  revendo  Atenas  e  Esparta  como  dois  símbolos  políticos  que  nos  fazem pensar na plena atualidade da Grécia antiga. Os  espartanos,  sob  o  regime  atribuído  a  Licurgo,  nome  que  constitui  apenas  uma representação simbólica dos generais da época, vivendo a existência absoluta  do Estado, não expressaram  a  mesma  fisionomia  da  Alemanha  e  da  Rússia  atuais?  A  legislação  de  Esparta proibia  o  comércio,  condenava  a  cultura;  cerceando  o  gosto  pessoal  em  face  das  bagatelas encantadoras  da  vida  e  do  sentimento,  decretou  medidas  de  insulamento,  maltratando  os estrangeiros; instituiu a uniformidade dos  vestuários, incumbiu-se  da educação das crianças através dos órgãos do Estado, mas  não cultivava a parte intelectual, abalando todo o edifício sagrado da família e  criando, muitas vezes, o regime do roubo e da delação, em detrimento das  mais  nobres  finalidades  da  vida.  Por  essa  razão,  Esparta  passou  à  história  como  um simples  povo  de  soldados  espalhando  a  destruição  e  os  flagelos  da  guerra,  sem  nenhuma significação construtiva para a Humanidade. Atenas,  ao  contrário,  é  o  berço  da  verdadeira  democracia.  Povo  que  amou profundamente  a  liberdade,  sua  dedicação  à  cultura  e  às  artes  iniciou  as  outras  nações  no culto  da  vida,  da  criação  e  da  beleza.  Seus  legisladores,  que,  como  Sólon,  eram  filósofos  e poetas,  reformaram  todos  os  sistemas  sociais  conhecidos  até  então,  protegendo  as  classes pobres  e  desvalidas,  estabelecendo  uma  linha  harmônica  entre  todos  os  departamentos  da sociedade,  acolhendo  os  estrangeiros,  protegendo  o  trabalho,  fomentando  o  comércio,  as indústrias, a agricultura. Lá  começou  o  verdadeiro  regime  de  consulta  à  vontade  do  povo,  que  decidia,  em assembleias  numerosas,  todos  os  problemas  da  cidade  venerável.  E  é  fácil  reconhecer  aí  o início  das democracias modernas, que agora se organizam, nas  transições do século XX, para a repressão de todas as doutrinas nefastas da força e da violência.

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