terça-feira, 14 de agosto de 2012

PROVAÇÕES DA IGREJA

Aproximando-se o ano de 1870, que assinalaria a falência da Igreja com a declaração da infalibilidade papal, o Catolicismo experimenta provações amargas e dolorosas. Exaustos de suas imposições, todos os povos cultos da Europa não enxergaram nas suas instituições senão escolas religiosas, limitando-se-lhes as finalidades educativas e controlando-se-lhes o mecanismo de atividades. Compreendendo que o Cristo não tratara de açambarcar nenhum território do Globo, os italianos, naturalmente, reclamaram os seus direitos no capítulo das reivindicações, procurando organizar a unidade da Itália sem a tutela do Vaticano. Desde 1859, estabelecera-se a luta, que foi por muito tempo prolongada em vista da decisão da França, que manteve todo um exército em Roma para garantia do pontífice da Igreja. Mas a situação de 1870 obrigara o povo francês a reclamar a presença dos guardas do Vaticano, triunfando as idéias de Cavour e privando-se o papa de todos os poderes temporais, restringindo-se a sua posse material. Começa, com Pio IX, a grande lição da Igreja. O período das grandes transformações estava iniciado, e ela, que sempre ditara ordens aos príncipes do mundo, na sua sede de domínio, iria tornar-se instrumento de opressão nas mãos dos poderosos. Observava-se um fenômeno interessante. A Igreja, que nunca se lembrara de dar um título real à figura do Cristo, assim que viu desmoronarem-se os tronos do absolutismo com as vitórias da República e do Direito, construiu a imagem do Cristo-Rei para o cume dos seus altares.

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