quarta-feira, 16 de novembro de 2011


PROSPERIDADE

Filhos, as religiões que verdadeiramente não cogitam do Reino do Céu vos acenarão com a promessa da prosperidade material sobre a Terra. Não permuteis o que é eterno pelo que é transitório; não façais como Esaú, que, por um prato de lentilhas, abriu mão do seu direito de primogênito para Jacó, seu irmão...

A exemplo de Maria, irmã de Lázaro e Marta, permanecei com a boa parte. Não vos esqueçais do jovem rico, cujo anseio de elevação espiritual não ia ao ponto de
levá-lo ao desprendimento dos bens materiais. Quase sempre, as aspirações de ordem superior do homem se conflitam com os interesses subalternos da sociedade em que vive. Quantos os que, pressionados por carências materiais imaginárias, renunciam à fé espírita, aceitando outras interpretações para as palavras do Senhor?

Quantos os que renegam a crença na reencarnação pelo motivo de terem se exaurido na luta pela própria sublimação? O Espiritismo não efetua aos seus adeptos quaisquer exigências, todavia quem toma consciência de seus postulados sente-se naturalmente constrangido a ceder de si mesmo, cada vez mais.

É a lucidez espiritual que a Doutrina faculta aos seus seguidores o que os induz à
disciplina austera e ao trabalho incansável, ao desapego dos bens perecíveis e ao
sacrifício pelo ideal.

Filhos, não contemporizeis com a ilusão. Ninguém ascenderá aos Planos Mais Altos, preso aos interesses rasteiros do mundo. O Senhor não quer a necessidade, a penúria, a fome, a miséria... Não vos esqueçais, no entanto, de que o homem só
verdadeiramente tem a posse daquilo que nem mesmo a morte lhe arrebata. O próprio orbe terrestre não sobreviverá às constantes mutações da matéria que, a cada instante, se quintessência, aproximando-se da natureza do Criador.

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