CONCLUSÕES
Agora, meu irmão, que devo endereçar essa carta, envio a você um abraço afetuoso, esperando que minha experiência possa ser útil ao seu coração.
Não se julgue, dentro da vida, como alguém que nunca prestará contas dos atos mais íntimos.
Tudo o que praticamos, Dirceu, permanece gravado no livro da consciência.
O bem é a sementeira da luz, portadora de colheitas sublimes de alegria e paz,
enquanto que o mal nos enegrece o espírito, como tinta escura que mancha os alvos cadernos escolares.
Ouça a palavra esclarecedora de nossos pais, os primeiros amigos que a Bondade
Divina colocou à portas e nossa vida terrestre, e nunca despreze os bons conselhos recebidos. A nossa natureza, quase sempre, reclama ternura e compreensão dos que nos cercam, mas a nossa necessidade de preparação espiritual exige luta e contrariedade.
Nem sempre aprendemos o necessário, recebendo demasiadas carícias. Por isso mesmo, na maioria das ocasiões, precisamos do socorro de advertências mais fortes.
Não seja, pois, rebelde à orientação do lar.
Em suma, Dirceu, seja bondoso, fraterno, aplicado ao estudo e ao trabalho.
Conserve amizade sincera aoslivros. Faça-se amigo prestimoso de todas as pessoas, ainda quando não possa você ser compreendido imediatamente por elas.
Não descreia da boa semente, embora a germinação se faça tardia.
Não maltrate nem persiga os animais úteis ou inofensivos. È muito lamentável
atitude de todos a aqueles que convertem a vida terrena num instrumento de
perturbação e destruição para os mais fracos.
Seja bom, Dirceu, profundamente bom, verdadeiro e leal. E creia que todos os seus atos nobre serão largamente recompensados.
Agora, meu querido irmão, devo terminar.
Beije por mim a mamãe e a papai. Estou certo de que um dia nos reuniremos, de novo, no Grande e Abençoado Lar, sem lágrimas e sem morte.
Até lá, conservemos, acima de todas as dores e incertezas, nossa fé viva em Deus e a nossa suprema esperança no destino.
Adeus.
Receba muitas saudades do seu afetuoso...
LIVRO MENSAGENS DE UM PEQUENO MORTO
CHICO XAVIER POR NEIO LÚCIO
FIM
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