PERDOAR
A mão que, em afagando a tua, crava nela espinhos e urze que carrega, está ferida ou se ferirá simultaneamente. Não lhe retribuas a atitude, usando estiletes de violência para não aprofundares as lacerações. O regato singelo, que tem o curso Impedido por calhaus e os não pode afastar, contorna-os ou pára, a fim de ultrapassá-los e seguir adiante. A natureza violentada pela tormenta responde ao ultraje reverdescendo tudo e logo multiplicando flôres e grãos. E o pântano infeliz, na sua desolação, quando se adorna de luar, parece receber o perdão da paisagem e a benéfica esperança da oportunidade de ser drenado brevemente, transformando-se em jardim.
FLORAÇÕES EVANGÉLICAS
DIVALDO FRANCO POR JOANNA DE ÂNGELIS
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário