quinta-feira, 31 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. XIV – Item 1
Vemos em cada manifestação da Vida determinada meta de desenvolvimento, qual anseio do próprio Deus a concretizar-se.
Na Criação, o clímax da grandeza.
Na caridade, o vértice da virtude.
Na paz, a culminância da luta.
No êxito, a exaltação do ideal.
Nos filhos, a essência do amor.
No lar, a glória da união.
De igual modo, a maternidade é a plenitude do coração feminino que norteia o progresso.
Concepção, gravidez, parto e devoção afetiva representam estações
difíceis e belas de um ministério sempre divino.
Láurea celeste na mulher de todas as condições, define o inderrogável recurso à existência humana, reclamando paciência e carinho,
renúncia e entendimento.
Maternidade esperada.
Maternidade imprevista.
Maternidade aceita.
Maternidade hostilizada.
Maternidade socorrida.
Maternidade desamparada.
Misto de júbilo e sofrimento, missão e prova, maternidade, em qualquer parte, traduz intercâmbio de amor incomensurável, em que desponta, sublime e sempre novo, o ensejo de burilamento das almas na ascensão dos destinos.
Principais responsáveis por semelhante concessão da Bondade Infinita, as mães guardam a chave de controle do mundo.
Mães de sábios...
Mães de idiotas...
Mães felizes...
Mães desditosas...
Mães jovens...
Mães experientes...
Mães sadias...
Mães enfermas...
Ao filtro do amor que lhes verte do seio, deve o Plano Terrestre o despovoamento dos círculos inferiores da Vida Espiritual, para que o Reino de Deus se erga entre as criaturas.
Mães da Terra! Mães anônimas!
Sois vasos eleitos para a luz da reencarnação!
Por maiores se façam os suplícios impostos à vossa frente, não recuseis vosso augusto dever, nem susteis o hálito do filhinho nascente – esperança do Céu a repontar-vos do peito!...
Não surge o berço em vosso coração por acaso.
Mantende-vos, assim, vigilantes e abnegadas, na certeza de que se muitas vezes cipoais e espinheiros são vossa herança transitória entre os homens, todas vós sereis amparadas e sustentadas pela Bênção do Amor Eterno, sempre que marchardes fiéis à Excelsa Paternidade da Providência Divina.
André Luiz
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quarta-feira, 30 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. IX – Item 4
Evitas a compra do fruto deteriorado, defendendo a saúde.
Varres o lixo doméstico, purificando o ambiente.
Lavas a roupa suja, garantindo a limpeza.
Usas o remédio preciso, conjurando a enfermidade.
Livra-te também das palavras que desçam da informação à maledicência, preservando o equilíbrio.
Bloqueias o fogo.
Diriges a força elétrica.
Isolas o veneno.
Governa a explosão.
Controla igualmente as palavras suscetíveis de converter a energia em crueldade, resguardando a segurança.
Verbo deprimente gera a viciação.
Verbo desvairado cria a loucura.
A existência terrestre pode ser comparada a laboriosa viagem.
O corpo é a embarcação.
O pensamento é a força.
A língua é o leme.
Emmanuel
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terça-feira, 29 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. V – Item 12
Usufruímos na Espiritualidade o continente sem limites de onde viemos; no Universo Físico, o mar sem praias em que navegamos de quando em quando, e, na Vida Eterna, o abismo sem fundo em que desfrutamos as magnificências divinas.
No trajeto multimilenário de nossas experiências, aprendemos, entre sucessivos transes de nascimento e desencarnação, a alegria de viver, descobrindo e reconhecendo a necessidade e a compensação do sofrimento, sempre forjado por nossas próprias faltas.
Já renascemos e remorremos milhões de vezes, contraindo e saldando obrigações, assinalando a excelsitude da Providência e o valor inapreciável da humildade, para saber, enfim, que toda revolta humana é absurda e impotente.
Se as lutas do burilamento moral não têm unidade de medida, a ação do amor é infinita na solução de todos os problemas e na medicação de todas as dores.
Tolera com paciência as inevitáveis, mas breves provas de agora, para que te rejubiles depois.
Nos compromissos espirituais, todos encontramos solvibilidade através do esforço próprio. Aproveitemos a bênção da dor na amortização dos débitos seculares que nos ferreteiam as almas, perseverando resignadamente no posto de sentinelas do bem, até que o Senhor mande render-nos com a transformação pela morte.
Sempre trazemos dívidas de lágrimas uns para com os outros.
Vive, assim, em paz com todos, principalmente junto aos irmãos com os quais a tua vida se intercomunica a cada instante,
legando, por testamento e fortuna, atos de amor e exemplos de fé, no fortalecimento dos espíritos de amigos e descendentes.
Se há facilidade para remorrer, há dificuldades para renascer.
As portas dos cemitérios jamais se fecham; contudo, as portas da reencarnação só se abrem com a senha do mérito haurido nas edificações incessantes da caridade.
As dores iguais criam os ideais semelhantes.
Auxiliemo-nos mutuamente.
O Evangelho – o livro luz da evolução – é o nosso apoio. Busquemos a Jesus, lembrando-nos de que o lamento maior, o desesperado clamor dos clamores, que poderia ter partido de seus lábios, na potência de mil ecos dolorosos, jamais chegou a existir.
Lins de Vasconcellos
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segunda-feira, 28 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. X – Item 15
O desconhecido passou, de carro, enlameando-te a veste, como se toda a rua lhe pertencesse... Compadece-te dele. Corre, desabalado, à procura de alguém que lhe socorra o filhinho nos esgares da morte.
Linda mulher, que pérolas e brilhantes enfeitam, segue a teu lado, parecendo fingir que te não percebe a presença... Compadecete!
Ela tem os olhos embaciados de pranto e não chegou a ver-te.
Jovem, admiravelmente bem-posto, cruzou contigo, endereçando-te palavra de sarcasmo e de injúria... Compadece-te! Ele tem os passos no caminho do hospício e ainda não sabe.
O amigo que mais amas negou-te um favor... Compadece-te dele! Não lhe vês a dificuldade encravada no coração.
Companheiros do mundo!... Estarão contigo, notadamente no lar, onde guardam os nomes de pai e mãe, esposo e esposa, filhos e irmãos... Muita vez, levantam-se de manhã, chorosos e doloridos, aguardando um sorriso de entendimento, ou chegam do trabalho, fatigados e tristes, esmolando compreensão.
Todos trazem consigo aflições e problemas que desconheces.
Ergue a própria alma e auxilia sempre!... Indulgência para todos!
Bondade para com todos!...
E, se algum deles te fere diretamente a carne ou a alma, não levantes o braço ou a voz para revidar.
Busca no silêncio a inspiração do Senhor, e o Mestre, como se estivesse descendo da cruz em que pediu perdão para os próprios verdugos, te dirá compassivo:
– Perdoa, sim! Perdoa sempre, porque, em verdade, aqueles que não perdoam também não sabem o que fazem...
Meimei
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sexta-feira, 25 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. IV – Item 18
Sorves, em lágrimas silenciosas, o cálice da amargura, ante o filho desobediente, e notas no coração que o amor e a dor palpitam juntos em paroxismos e profundezas.
Desencantada com as leves nódoas de indignidade que lhe entreviste no caráter, reparas, chorando, que ele não é mais a aparição celeste dos primeiros dias e, ao ponderar-lhe a falência iniciante, temes a liberdade que o tempo lhe concederá na construção do destino.
Pretextando querê-lo, não te rendas à feição de praça vencida...
Conquanto carregues o espinho da angústia engastado na alma, é preciso velar no posto de sentinela.
Não deformes o sentimento que te pulsa no peito.
Fortalece a própria vontade, governando-lhe os impulsos.
Ceder sempre, no fundo, é menosprezar.
Sê previdente, aparando-lhe os caprichos.
Acende a luz da prece e medita nas dores excruciantes que alcançaram também a doce mãe de Jesus e ergue a voz no corretivo às irreflexões e aos anseios imoderados que o visitam, se queres fazer dele um homem.
Dosa o sal da energia e o mel da brandura, nos condimentos da educação.
Nem liberdade desordenada, nem apego excessivo.
Se teu filho é tua cruz, lembra-te de que, na Terra, não há nascimento de santos. Almas em luta consigo mesmas, é compreensível vivamos todos nós, não raro, em luta uns com os outros, nos passos ziguezagueantes da experiência.
Sê operosa e humilde, sem ser escrava.
Não cultives desgostos.
Sê fiel à esperança.
Não fites ingratidões, nem coleciones queixumes.
A missão divina da maternidade apóia-se na força onipotente do amor.
Envolve teu filho na palavra de benção, que vence o orgulho, e na luz do exemplo que dissipa as sombras da rebeldia.
Faze que se lhe desenvolvam os sentimentos bons do coração, que o musgo dos séculos recobriu e ocultou.
Não te faças borboleta do sono, quando a vida te pede vigílias de guardiã.
No rio da existência humana, os espíritas são as gotas d'água que se transformam em lâminas de arremesso contra as pedras dos obstáculos, talhando caminhos novos.
O Espiritismo gera consciências livres. Prova a teu filho semelhante verdade pelas próprias ações de renúncia e discernimento, conjugando o bálsamo do carinho com a rédea da autoridade.
Não queiras transformá-lo, à força, em escolhido, dentre aqueles chamados pelo Senhor.
Filhos do Eterno, todos somos cidadãos da Eternidade e somente elevamos a nós mesmos a golpes de esforço e trabalho, na hierarquia das reencarnações.
Assim, pois, embora muitas vezes torturada na abnegação incompreendida, mostra a teu filho que a Lei Divina é insubornável e que todo espírito é responsável por si próprio.
Anália Franco
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quinta-feira, 24 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. IX – Item 10
A cólera apresenta dez negativas complexas que induzem a melhor das criaturas à pior das frustrações:
1. Não resolve. Agrava.
2. Não resgata. Complica.
3. Não ilumina. Escurece.
4. Não reúne. Separa.
5. Não ajuda. Prejudica.
6. Não equilibra. Desajusta.
7. Não reconforta. Envenena.
8. Não favorece. Dificulta.
9. Não abençoa. Maldiz.
10. Não edifica. Destrói.
Evite a cólera como quem foge ao contato destruidor de alta tensão.
Mas se você amanhece de mau humor, antes que o flagelo se instale de todo na sua cabeça e na sua voz, comece o dia rogando à Divina Bondade o socorro providencial de uma laringite.
André Luiz
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quarta-feira, 23 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. XXV – Item 1
“E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias.”
(Atos, 19: 11)
Quem pode delimitar a extensão das bênçãos que dimanam da Altura?
Por ser sempre de origem inferior, o mal é limitado como todas as manifestações devidas exclusivamente às criaturas; o bem, no entanto, possui caráter divino e, semelhante aos atributos do Pai Excelso, traz em si a qualidade de ser infinito em qualquer direção.
Antes de tudo, vigora a intenção sincera do espírito no ato que procura executar.
Assim, utiliza as próprias possibilidades a serviço da Vontade Divina, oferecendo o coração às realizações com Jesus, e o ilimitado surgir-te-á gradativamente nas faixas da experiência, sob a
forma de esperança e consolação, júbilo e paz.
Por mais sombrios te pareçam aos ideais de hoje os dias do passado, não te entregues ao desânimo.
Ergue os sentimentos e conjuga as próprias ações ao novo roteiro entrevisto.
Após a purificação necessária, a água mais poluída da sarjeta se torna límpida e cristalina, como se jamais houvesse experimentado o convívio da impureza.
O presente é perene traço de união entre os resquícios do pretérito e uma vida futura melhor.
Plasma em ti mesmo as forças reconstrutivas de tuas novas resoluções, para que se exprimam em obras de aprimoramento e de amor.
Reconhecendo a nossa origem na Fonte de todas as perfeições, é natural que podemos e precisamos realizar em torno de nós as obras perfeitas a que estamos destinados por nossa própria natureza.
Eis o valor do registro dos Atos dos Apóstolos ao recordar-nos a magnitude das tarefas de Paulo, quando o iniciado de Damasco se dispôs a caminhar, auxiliando e aprendendo, no holocausto das próprias energias à exaltação do bem.
As mãos, tanto quanto o conjunto de instrumentos e possibilidades de que nos servimos na vida comum, esperam passivamente o ensejo de se aplicarem aos desígnios superiores, segundo as nossas deliberações pessoais.
Quando agimos no bem, sentimos a presença de Deus em nós.
Medita no emprego dos teus recursos no campo da fraternidade.
Desterra de teu caminho a barreira do desalento e prossegue confiante, vanguarda a fora.
O solo frutifica sempre quando ajudado pelo cultivador.
Usa, pois, o arado com que o Senhor te enriquece as mãos, trabalhando a leira que te cabe, com firmeza e esperança, na certeza de que a colheita farta coroar-te-á os esforços, cada vez mais, desde que permaneças apoiado no propósito seguro de corresponder ao programa de trabalho que o Pai te reserva, na oficina da luz, em busca da Alegria Inalterável.
Emmanuel
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terça-feira, 22 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. XII – Item 2
Se você está na hora de criticar alguém, pense um pouco, antes de iniciar.
Se o parente está em erro, lembre-se de que você vive junto dele para ajudar.
Se o irmão revela procedimento lamentável, recorde que há moléstias ocultas que podem atingir você mesmo.
Se um companheiro faliu, é chegado o momento de substituí-lo em trabalho, até que volte.
Se o amigo está desorientado, medite nas tramas da obsessão.
Se o homem da atividade pública parece fora do eixo, o desequilíbrio é problema dele.
Se há desastres morais nos vizinhos, isso é motivo para auxílio fraterno, porquanto esses mesmos desastres provavelmente chegarão até nós.
Se o próximo caiu em falta, não é preciso que alguém lhe agrave as dores de consciência.
Se uma pessoa entrou em desespero, no colapso das próprias energias, o azedume não adianta.
Ainda que você esteja diante daqueles que se mostram plenamente mergulhados na loucura ou na delinquência, fale no bem e fuja da crítica destrutiva, porque a sua reprovação não fará o serviço dos médicos e dos juizes indicados para socorrê-los, e, mesmo que a sua opinião seja austera e condenatória, nisso ou naquilo, você não pode olvidar que a opinião de Deus, Pai de nós todos, pode ser diferente.
André Luiz
Postado por EDUARDO BARROS às 07:08 0 comentários
segunda-feira, 21 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. XVIII – Item 16
“As obras que eu faço, em nome de meu pai, essas testificam em mim.” – Jesus. (João, 10: 25)
Cada trecho do solo demonstra o seu valor na riqueza ou na fertilidade que apresenta...
Cada vegetal é tido na importância de seu cerne, de sua essência, de seus frutos...
Cada animal é conhecido pelas peculiaridades de importância em sua existência...
O sol constitui para todos os seres fonte inexaurível de vida, calor e luz.
A água significa o sangue do organismo terrestre.
O fogo, no crepitar da lareira ou na devastação do incêndio, demonstra realmente o seu papel inconfundível no campo imenso da criação.
O juiz é respeitado pela integridade de seus sentimentos ou temido pelas manifestações de venalidade a que se acolhe.
O professor é acatado, consoante o grau de competência que lhe é próprio.
O médico adquire confiança, conforme a sua atitude ao pé dos enfermos.
O coração materno revela a sua íntima excelsitude, no trato natural com os rebentos de seu carinho.
O filho oferece ao mundo, na experiência diária, a extensão de seu amor para com os próprios pais.
A criança, em suas expressões infantis, apresenta invariavelmente o esboço de caráter que plasmou em si mesma através das vidas passadas.
O usurário cria, em torno de si, gelada atmosfera de reprovação pelos sentimentos que nutre no imo do próprio ser.
O leviano carrega consigo constantemente os prejuízos da ociosidade ou do vício, complicando-se na intemperança dos próprios dias.
O céptico representa, onde estiver, a aridez da mente hipertrofiada pelo orgulho infeliz.
O crente, leal a si mesmo, evidencia o poder de sua fé, nas posições assumidas perante os chamamentos do mundo.
Enfim, todas as criações do excelso Pai testemunham-lhe a glória no campo infinito da vida e cada espírito se afirma bem ou mal, aproveitando-as para subir à luz ou delas abusando para descer às trevas.
Como aprendizes do evangelho, portanto, cumpre-nos indagar à própria consciência:
– ”Que tenho executado na vida como aplicação das bênçãos de Deus?”
Não nos esqueçamos, segundo a lição do senhor, que somente as obras que fizermos, em nome do pai, é que serão marcos indeléveis de nosso caminho, a testificarem de nós.
Emmanuel
Postado por EDUARDO BARROS às 07:49 0 comentários
sexta-feira, 18 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. VIII – Item 7
De volta à reencarnação, em breve tempo, sou trazido ao vosso recinto de oração e fraternidade por benfeitores e amigos para que algo vos fale de minha história – amargo escarmento aos levianos do ouvido e aos imprudentes da língua.
Sem ornato verbal de qualquer natureza, em minha confissão dolorosa, passo diretamente ao meu caso triste, à maneira de um louco que retorna ao juízo, depois de haver naufragado na vileza de um pântano.
Há alguns anos, em minha derradeira romagem na Terra, era eu simples comerciário de hábitos simples.
Com pouco mais de trinta anos, desposei Marina, muito mais jovem que eu, e, exaltando a nossa felicidade, construímos nosso paraíso doméstico, numa casa pequena de movimentado bairro do Rio de Janeiro.
Nossa vida modesta era um cântico de ventura, entretecido de esperanças e preces; todavia, porque fosse, de ordinário, desconfiado e inquieto, amava minha esposa com doentia paixão.
Marina era muito moça, quase menina...
Estimava as cores festivas, o cinema, a vida social, a gargalhada franca e, por guardar temperamento infantil, a curto espaço teve o nome enlaçado à maledicência que fustiga a felicidade, como a sombra persegue a luz.
Em torno de nós, fez-se o “disse-me-disse”.
Se tomávamos um bonde, éramos logo objeto de olhares assustadiços, enquanto se cochichava, lembrando-se-nos o nome...
Se passávamos numa praça, éramos, quase sempre seguidos de assovios discretos...
Começaram para mim os recados escusos, os telefonemas inesperados, as cartas anônimas e os conselhos de família, reunindo várias acusações.
– “Marina desertara dos compromissos ao lar.”
– “Marina era ingrata e infiel.”
– “Marina respirava numa poça de lama.”
– “Marina tornara-se irregular.”
Muitas vezes, minha própria mãe, zelosa de nosso nome, chamava-me a brios, indicando-me providências.
Amigos segredavam-me anedotas irreverentes com sentido indireto.
Lutas enormes do sentimento ditavam-me desesperados conflitos.
Acabou-se em casa a alegria espontânea.
Debalde, a companheira se inocentava, alertando-me o coração; entretanto, densas trevas possuíam-me o raciocínio, induzindo-me a criar assombrosos quadros em torno de faltas inexistentes.
Como se eu fora puro, exigia pureza em minha mulher. Qual se fosse santo, reclamava-lhe santidade.
Deplorável cegueira humana!
Foi assim que, numa tarde inesquecível para o remorso que me vergasta, tilintou o telefone, buscando-me para aviso.
Três horas da tarde...
Anuncia-me alguém ao cérebro atormentado que um estranho se achava em meu aposento íntimo.
Desvairado, tomei de um revólver e busquei minha casa.
Sem barulho, penetrei nossa câmara e, de olhos embaciados no desespero, vi Marina curvada, ao lado de um homem que se curvava igualmente a dois passos de nosso leito.
Não tive dúvida e alvejei-os, agoniado... Vi-lhes o sangue a misturar-se, enquanto me deitavam olhares de imensa angústia, e porque não pudesse, eu mesmo, resistir a tamanha desdita, estilhacei meu crânio, com bala certa, caindo, logo após, para acordar no túmulo, agarrado a meu corpo, mazelento e fedentinoso, que servia de engorda a vermes famintos.
Em vão busquei desvencilhar-me do arcabouço de lama, a emparedar-me na sombra.
Gargalhadas irônicas de Espíritos infelizes cercavam-me a prisão.
Descrever minha pena é tarefa impossível no vocabulário dos homens, porque o verbo dos homens não tem bastante força para pintar o inferno que brame dentro da alma.
Por muito tempo, amarguei meu cálice de aflição e pavor, até que mãos amigas me afastaram, por fim, do cárcere de lodo.
Vim, então, a saber que Marina, sem culpa, fora sacrificada em minhas mãos de louco.
Esposa abnegada e inocente que era, simplesmente pedira a um companheiro da vizinhança consertasse, em nosso quarto humilde, a tomada elétrica desajustada, a fim de passar a roupa que me era
precisa para o dia seguinte.
Transido de vergonha e enojado de mim, antes de suplicar perdão às minhas pobres vítimas, implorei, humilhado, a prova que me espera...
E é assim que, falando às almas descuidadas que cultivam na Terra o vício da calúnia, venho dizer a todas, na condição de um réu, que para me curar da própria insensatez roguei ao Pai Celeste e me foi concedida a bênção de meio século de doença e martírio, luta e flagelação na dor de um corpo cego.
Júlio
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quinta-feira, 17 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. VI – Item 6
Nosso Mestre não se serviu de condições excepcionais no mundo para exaltar a Luz da Verdade e a Bênção do Amor.
Em razão disso, não aguarde renovação exterior na vida diária, para ajudar. Comece imediatamente a própria sublimação.
Jesus não tinha uma pedra onde recostar a cabeça. Se você dispõe de mínimo recurso, já possui mais que Ele.
Jesus, em seu tempo, não desfrutou qualquer expressão social.
Se você detém algum estudo ou título, está em situação privilegiada.
Jesus esperou até aos trinta nos para servir mais decisivamente.
Se você é jovem e pode ser útil, usufrui magnífica oportunidade.
Jesus partiu aos trinta e três anos. Se você vive na idade amadurecida
e dispõe do ensejo de auxiliar, agradeça ao Alto, dando mais de si mesmo.
Jesus não contou com os familiares nas tarefas a que se propôs.
Se você convive em paz no recinto doméstico, obtendo alguma cooperação em favor dos outros, bendiga sempre essa dádiva inestimável.
Jesus não encontrou ninguém que o amparasse na hora difícil.
Se você recebe o apoio de alguém nos momentos críticos, saiba ser grato.
Jesus nada pôde escrever. Se você consegue grafar pensamentos na expansão do bem, colabore sem tardança para a felicidade de todos.
Vemos, assim, que a vida real nasce e evolui no Espírito eterno e não depende de aparências para projetar-se no rumo da perfeição.
Jesus segue à frente de nós. Se você deseja acertar, basta apenas segui-lo.
Sigamo-lo pois.
André Luiz
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quarta-feira, 16 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. IX – Item 1
Cada vez que a irritação te assoma aos escaninhos da mente, segues renteando sinal de perigo.
Mesmo que tudo pareça conspirar em teu prejuízo, não convertas a emoção em bomba de cólera a explodir-te na boca.
Desequilíbrio que anotes é apelo da vida a que lhe prestes cooperação.
Quando as águas, em monte, investem furiosas sobre a faixa de solo que te serve de habitação, levantas o dique, capaz de governar-lhe os impulsos.
Diante do fogo que te ameaça, recorres, de pronto, aos extintores de incêndio.
Toda vez que o curto-circuito reponta na rede elétrica, desligas a tomada de força para que a energia descontrolada não opere a destruição.
Assim também, quando a prova te visite, não transfigures a língua em chicote dos semelhantes.
Se agressões verbais te espancam os ouvidos, ergue a muralha do dever fielmente executado, em que te defendas contra o assalto da injúria.
Se a calúnia te alanceia, guarda-te em paz, no refúgio de prece.
Se a dignidade ofendida, dentro de ti, surge transformada em aceso estopim para a deflagração de revolta, deixa que o silêncio te emudeça, até que a nuvem da crise te abandone a visão.
Sobretudo à frente de qualquer companheiro encolerizado, não lhe agraves a distonia.
Ninguém cura um louco, zurzindo-lhe o crânio.
Se alguém te lança em rosto o golpe da intemperança de espírito ou se te arroja a pedrada do insulto, desculpa irrestritamente, e se volta a ferir-te, é indispensável te reconheças na presença de um enfermo em estado grave, a pedir-te o amparo do entendimento e o socorro da compaixão.
Emmanuel
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terça-feira, 15 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. XIX – Item 7
O Espiritismo não nos abre o caminho da deserção do mundo.
Se é justo evitar os abusos do século, não podemos chegar ao exagero de querer viver fora dele. Usufruamos a vida que Deus nos dá, respirando o ar das demais criaturas, nossas irmãs.
Para seguir a própria consciência, podemos dispensar a virtude intocável que forja a santidade ilusória.
Não sejamos sombras vivas, nem transformemos nossos lares em túmulos enfeitados por filigranas de adoração.
Nossa fé não é campo fechado à espontaneidade.
Encarnados e desencarnados precisamos ser prudentes, mas isso não significa devamos reprimir expansões sadias e não nos abracemos uns aos outros. A abstinência do mal não impõe restrições ao bem.
Assim como a virtude jactanciosa é defeito quanto qualquer outro, a austeridade afetada é ilusão semelhante às demais.
Não façamos da vida particular uma torre de marfim para encastelar os princípios superiores, ou estrado de exibição para entronizar o ponto de vista.
A convicção espírita não é insensível ou impertinente.
A inflexibilidade, no dever, não exige frieza de coração. Fujamos ao proselitismo fanatizante, mas nem por isso cultivemos nos outros a aversão por nossa fé.
Se o papel de vítima é sempre o melhor e o mais confortável, nem por isso, a título de representá-lo, podemos forçar a nossa existência, transformando em verdugos, à força, as criaturas que
nos rodeiam.
Não sejamos policiais do Evangelho, mas candidatemo-nos a servidores cristãos.
Nem caridade vaidosa que agrave a aspereza do próximo, nem secura de coração que estiole a alegria de viver.
Quem transpira gelo, dentro em breve caminhará em atmosfera glacial.
A crença aferrolhada no orgulho desencadeia desastres tão grandes quanto aqueles criados pelo materialismo.
Não sejamos companhias entediantes.
Um sorriso de bondade não compromete a ninguém.
A fé espírita reside no justo meio-termo do bem e da virtude.
Nem o silêncio perpétuo da meia-morte, que destrói a naturalidade, nem a fala medrosa da inibição a beirar o ridículo.
Nem olhos baixos de santidade artificiosa, nem anseio inexperiente de se impor a todo preço.
Nem cumplicidade no erro, na forma de vício, nem conivência com o mal, na forma de aparente elevação.
Fé espírita é libertação espiritual. Não ensina a reserva calculada que anula a comunicabilidade, constrangendo os outros, nem recomenda a rigidez de hábitos que esteriliza a vida simples. Nem tristeza sistemática, nem entusiasmo pueril.
Abstenhamo-nos da falsa ideia religiosa, suscetível de repetir os desvios de existências anteriores, nas quais vivemos em misticismo acabrunhante.
Desfaçamos os tabus da superioridade mentirosa, na certeza de que existe igualmente o orgulho de parecer humilde.
O Espiritismo nos oferece a verdadeira confiança, raciocinada e renovadora; eis por que o espírita não está condenado a atividade inexpressiva ou vegetante.Caridade é dinamismo do amor. Evangelho é alegria. Não é sistema de restringir as idéias ou tolher as manifestações, é vacinação contra o convencionalismo absorvente.
Busquemos o povo – a verdadeira paixão de Jesus –, convivendo com ele, sentindo-lhe as dores, e servindo-o sem intenções secundárias, conforme o “amai-vos uns aos outros” – a senda maior de nossa emancipação.
Ewerton Quadros
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segunda-feira, 14 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. XXV – Item 9
1 – Comece o dia na luz da oração.
O amor de Deus nunca falha.
2 – Aceite qualquer dificuldade sem discutir.
Hoje é o tempo de fazer o melhor.
3 – Trabalhe com alegria.
O preguiçoso, ainda mesmo quando se mostre num pedestal de ouro maciço, é um cadáver que pensa.
4 – Faça o bem o quanto possa.
Cada criatura transita entre as próprias criações.
5 – Valorize os minutos.
Tudo volta, com exceção da hora perdida.
6 – Aprenda a obedecer no culto das próprias obrigações.
Se você não acredita na disciplina, observe um carro sem freio.
7 – Estime a simplicidade.
O luxo é o mausoléu dos que se avizinham da morte.
8 – Perdoe sem condições.
Irritar-se é o melhor processo de perder.
9 – Use a gentileza, mas de modo especial dentro da própria casa.
Experimente atender os familiares como você trata as visitas.
10 – Em favor de sua paz conserve fidelidade a si mesmo.
Lembre-se de que, no dia do Calvário, a massa aplaudia a causa triunfante dos crucificadores, mas o Cristo, solitário e vencido, era a causa de Deus.
André Luiz
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sexta-feira, 11 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. VII – Item 11
O melindre – filho do orgulho – propele a criatura a situar-se acima do bem de todos. É a vaidade que se contrapõe ao interesse geral.
Assim, quando o espírita se melindra, julga-se mais importante que o Espiritismo e pretende-se melhor que a própria tarefa libertadora em que se consola e esclarece.
O melindre gera a prevenção negativa, agravando problemas e acentuando dificuldades, ao invés de aboli-los. Essa alergia moral demonstra má-vontade e transpira incoerência, estabelecendo moléstias obscuras nos tecidos sutis da alma.
Evitemos tal sensibilidade de porcelana, que não tem razão de ser.
Basta ligeira observação para encontrá-la a cada passo:
É o diretor que tem a sua proposição refugada e se sente desprestigiado, não mais comparecendo às assembléias.
O médium advertido construtivamente pelo condutor da sessão, quanto à própria educação mediúnica, e que se ressente, fugindo às reuniões.
O comentarista admoestado fraternalmente para abaixar o volume da voz e que se amua na inutilidade.
O colaborador do jornal que vê o artigo recusado pela redação e que se supõe menosprezado, encerrando atividades na imprensa.
A cooperadora da assistência social esquecida, na passagem de seu aniversário, e se mostra ferida, caindo na indiferença.
O servidor do templo que foi, certa vez, preterido na composição da mesa orientadora da ação espiritual e se desgosta por sentir-se infantilmente injuriado.
O doador de alguns donativos cujo nome foi omitido nas citações de agradecimento e surge magoado, esquivando-se a nova cooperação.
O pai relembrado pela professora das aulas de moral cristã, com respeito ao comportamento do filho, e que, por isso, se suscetibiliza, cortando o comparecimento da criança.
O jovem aconselhado pelo irmão amadurecido e que se descontenta, rebelando-se contra o aviso da experiência.
A pessoa que se sente desatendida ao procurar o companheiro de cuja cooperação necessita, nos horários em que esse mesmo companheiro, por sua vez, necessita de trabalhar a fim de prover a própria subsistência.
O amigo que não se viu satisfeito ante a conduta do colega, na instituição, e deserta, revoltado, englobando todos os demais em franca reprovação, incapaz de reconhecer que essa é a hora de auxílio mais amplo.
O espírita que se nega ao concurso fraterno somente prejudica a si mesmo.
Devemos perdoar e esquecer se quisermos colaborar e servir.
A rigor, sob as bênçãos da Doutrina Espírita, quem pode dizer que ajuda alguém? Somos sempre auxiliados.
Ninguém vai a um templo doutrinário para dar, primeiramente.
Todos nós aí comparecemos, antes de tudo, para receber, sejam quais forem as circunstâncias.
Fujamos à condição de sensitivas humanas, convictos de que a honra reside na tranqüilidade da consciência, sustentada pelo dever cumprido.
Com a humildade não há o melindre que piora aquele que o sente, sem melhorar a ninguém.
Cabe-nos ouvir a consciência e segui-la, recordando que a suscetibilidade de alguém sempre surgirá no caminho, alguém que precisa de nossas preces, conquanto curtas ou aparentemente desnecessárias.
E para terminar, meu irmão, imagine se um dia Jesus se melindrasse com os nossos incessantes desacertos...
Cairbar Schutel
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quinta-feira, 10 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. XXVII – Item 8
Diz você que não pode respirar o clima de luta na experiência doméstica; entretanto, se fizer força no cultivo da renúncia santificante, fará da própria casa um refúgio de amor.
Diz você que não mais suporta o amigo desajustado, mas se fizer força, no exercício da tolerância, é possível consiga convertê-lo amanhã em colaborador ideal.
Diz você experimentar imenso cansaço, diante do chefe atrabiliário e inconsequente; contudo, se fizer força, sustentando a paciência, obterá nele, ainda hoje, um amigo fiel.
Diz você que não adianta ensinar o bem; no entanto, se fizer força para exemplificar o que ensina, atingirá realizações de valor inimaginável.
Diz você que se nota assaltado por enorme desânimo na pregação construtiva; entretanto, se fizer força, na sementeira da educação, transfigurará o seu verbo em facho de luz.
Diz você estar desistindo da caridade, ante os golpes da ingratidão, mas se fizer força para prosseguir, ajudando sem exigência, surpreenderá na caridade a perfeita alegria.
Diz você que está doente e nada consegue de nobre e útil; no entanto, se fizer força para superar as próprias deficiências, vencerá a enfermidade, avançando em serviço e merecimento.
Diz você que conversação já lhe esgotou a reserva nervosa e dispõe-se à retirada para o repouso justo; contudo, se fizer força para continuar atendendo aos ouvintes, olvidando a própria fadiga, ninguém pode prever a extensão da colheita de bênçãos que virá da sua plantação de gentileza e bondade.
O grande bem de todos é feito nos pequenos sacrifícios de cada um.
E se fizermos força para viver, segundo os bons conselhos que articulamos para uso dos outros, em breve tempo transformaremos a Terra em luminoso caminho para a glória real.
André Luiz
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quarta-feira, 9 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. XXIV – Item 13
“... nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se.” – Jesus. (Mateus, 10: 26)
Na atualidade, é deveras significativa a extensão do progresso humano nos variados campos da inteligência.
Pormenores da vida microscópica são vislumbrados por olhos pesquisadores e argutos.
Ninhos do Cosmo Infinito são tateados por delicada instrumentação astronômica.
Aparelhagem múltipla ausculta o corpo físico, desvelando-lhe a intimidade.
Experimentos inúmeros atestam a grandeza de tudo o que existe no seio da própria Terra.
Avançando em todas as direções, o homem alcança eloquente patrimônio intelectual, senhoreando leis e princípios que agrupam os seres e as coisas, mantendo o equilíbrio e a ordem do Universo.
Entretanto, na razão direta do conhecimento que vai conquistando, o espírito divisa horizontes mais vastos e fascinantes, aguçando o esforço do raciocínio.
Quanto mais conhece, mais se lhe amplia aos olhos a imensidão do desconhecido.
Quanto mais lógica no estudo, mais se lhe patenteia a exiguidade do próprio discernimento, em face da excelsitude do Todo-Divino.
Alma alguma pode encobrir, para si mesma, as próprias manifestações no quadro da vida e, de igual modo, perante a Lei, ninguém consegue disfarçar o menor pensamento.
Tudo pode ser descortinado, sopesado, medido...
Assim, não só a realidade ainda ignorada por nós, como também as mentalizações e os atos de nosso próprio caminho, serão revisados e conhecidos, sempre que semelhante medida se fizer necessária, no local exato e na época oportuna.
“Nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se”, esclarece o Senhor.
Recordemos, assim, o ensinamento vivo em nosso próprio passo, agindo na esfera particular, como quem vive à frente da multidão, porquanto os nossos mínimos movimentos, na soledade ou na sombra, podem ser também trazidos ao campo da plena luz.
Emmanuel
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terça-feira, 8 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. X – Itens 5 e 6
Não aguardes o amigo perfeito para as obras do bem.
Esperavas ansiosamente a criatura irmã, na soleira do lar, e o matrimônio trouxe alguém a reclamar-te sacrifício e ternura.
Contavas com teu filho, mas teu filho alcançou a mocidade sem ouvir-te as esperanças.
Sustentavas-te no companheiro de ideal e, de momento para outro, recolheste mistura vinagrosa na ânfora da amizade em que sorvias água pura.
Mantinhas a fé no orientador que te merecia veneração e, um dia, até ele desapareceu de teus olhos, arrebatado por terríveis enganos.
Contudo, embora a dor de perder, continua no trabalho edificante que vieste realizar…
Ninguém reprova o doente porque sofra mal-humorado.
Ninguém censura a árvore que deixou de produzir porque o lenhador lhe haja decepado os braços frondejantes.
Quase sempre, aqueles que tomamos por afetos mais doces, crendo abraçá-los por sustentáculos da luta, simbolizam tarefas que solicitam renúncia e apostolados a exigirem amor.
Não importa o gelo da indiferença, nem o bramido da incompreensão, se buscamos servir.
O coração mais belo que pulsou entre os homens respirava na multidão e seguia só. Possuía legiões de Espíritos angélicos e aproveitou o concurso de amigos frágeis que o abandonaram na hora extrema. Ajudava a todos e chorou sem ninguém. Mas, ao carregar a cruz, no monte áspero, ensinou-nos que as asas da imortalidade podem ser extraídas do fardo de aflição, e que, no território moral do bem, alma alguma caminha solitária, porque vive tranquila na presença de Deus.
Albino Teixeira
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segunda-feira, 7 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. XVII – Item 11
Em toda circunstância, trate a própria saúde, prevenindo-se da doença com os recursos encontrados em você mesmo.
Cada dia é novo ensejo para adquirirmos enfermidade ou curar nossos males.
O melhor remédio, antes de qualquer outro, é a vontade sadia, porque a vontade débil enfraquece a imaginação e a imaginação doentia debilita o corpo.
Doença do corpo pode criar doença da alma e doença da alma pode acarretar doença do corpo.
Vida atribulada nem sempre significa vida bem vivida.
Conquanto a existência em torno possa mostrar-se febricitante e turbilhonária, resguarde-se contra as intempéries emocionais no clima íntimo do próprio ser, ajudando e servindo com alegria aos menos felizes, na certeza de que o enfermeiro diligente conserva a integridade mental, muito embora convivendo, dia a dia, com dezenas de enfermos em grandes desequilíbrios.
Somos parte integrante da farmácia do nosso próximo.
Observe as reações que a sua presença provoca no semelhante e pacifique aqueles com quem convive, não só pela palavra, mas até mesmo pela aparência e pelas atitudes, pois com a simples aproximação funcionamos como tranquilizadores ou excitantes de quem nos cerca, aliviando ou agravando os seus padecimentos físicos e morais...
Muitas doenças nascem da suspeita injustificável.
Seja sincero com você e com os outros na apreciação de sintomas que se reportem a desajustamentos orgânicos, tratando de assuntos dessa natureza, sem alarde e sem exagero.
O maior restaurador de forças é a consciência reta que asserena as emoções.
Se o leito de dor é agasalho imposto ao seu corpo enfermo, lembre-se de que a meditação é santuário invisível para o abrigo do Espírito em dificuldade e que a prece refunde e sublima as energias da alma.
Doença é contingência natural, inevitável às criaturas em processo de evolução; por isso, esforce-se por abolir inquietações quanto a problemas de saúde física, atendendo ao equilíbrio orgânico e confiando na vontade superior.
André Luiz
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sexta-feira, 4 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. XIII – Item 5
Senhor!
Quando alguém estiver em oração, referindo-se à caridade, faze que este alguém me recorde, para que eu consiga igualmente ajudar em teu nome.
Quantas criaturas me fitam, indiferentes, e quantas me abandonam por lixo imprestável!...
Dizem que sou moeda insignificante, sem utilidade para ninguém; contudo, desejo transformar-me na gota de remédio para a criança doente. Atiram-me a distância, quando surjo na forma do pedaço de pão que sobra à mesa; no entanto, aspiro a fazer, ainda, a alegria dos que choram de fome. Muita gente considera que sou trapo velho para o esfregão, mas anseio agasalhar os que atravessam a noite, de pele ao vento... Outros alegam que sou resto de prato para a calha do esgoto, posso converter-me na sopa generosa, para alimento e consolo dos que jazem sozinhos, no catre do infortúnio, refletindo na morte.
Afirmam que sou apenas migalha e, por isso, me desprezam...
Talvez não saibam que, certa vez, quando quiseste falar em amor, narraste a história de uma dracma perdida e, reportando-te ao reino de Deus, tomaste uma semente de mostarda por base de teus ensinos.
Faze, Senhor, que os homens me aproveitem nas obras do bem eterno!... E, para que me compreendam a capacidade de trabalhar, dize-lhes que, um dia, estivemos juntos, em Jerusalém, no templo de Salomão, entre a riqueza dos poderosos e as jóias faiscantes do santuário, e conta-lhes que me viste e me abençoaste, nos dedos mirrados de pobre viúva, na feição de um vintém.
Meimei
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quinta-feira, 3 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. X – Item 14
O diálogo, à noite, entre as duas senhoras, continuava na copa: – Você, minha filha, deve perdoar, esquecer... Lá diz o Evangelho que costumamos ver o argueiro no olho do vizinho, sem ver a trave dentro do nosso...
– Mas, mamãe, foi um insulto! O moço parou à frente da janela, viu as minhas estatuetas e atirou a pedra!
E Dona Balbina, senhora espírita de generoso coração, prosseguia falando à filha, Dona Rogéria:
– Ele é um pobre rapaz obsediado.
– História! É uma fera solta, isto sim!
– Mas Dona Margarida, a mãe dele, foi sempre amiga...
– Isso não vem ao caso... Cada qual é responsável pelos próprios atos. A senhora sabe que ele é maior.
– Precisamos perdoar para sermos perdoados...
– Ser bom é uma coisa, e outra coisa é ser tolo! Darei queixa à polícia... Somente não queria fazê-lo sem ouvi-la; contudo, Fábio e eu estamos decididos. Meu Fábio já anda cansado do volante...
Pobre marido!... Dinheiro cavado em caminhão é duro de ganhar...
– Meu conselho, filha, é desculpar e desculpar...
– Mas o prejuízo é de dois mil cruzeiros, além da injúria!
– Mesmo assim, o perdão é o melhor remédio.
– Ah! Que será do mundo, assim, sem corrigenda, sem justiça?
Nesse instante, alguém bate à porta.
Ambas atendem.
O portador comunica:
– Um desastre! O senhor Fábio trombou uma casa e a parede caiu!
Mãe e filha correm para o local, que se encontra entulhado de multidão, e vêem a casa acidentada. É justamente a moradia de Dona Margarida, a mãe do rapaz que atirara a pedra.
O caminhão, num lance estouvado, derribara uma parede lateral e penetrara, fundo, inutilizando todo o mobiliário da sala de refeições.
Apagara-se a luz no quarteirão e as duas, sem que ninguém as reconhecesse, podiam escutar Dona Margarida, que sustentava uma vela acesa, diante do guarda de trânsito:
– Peço-lhe – dizia ao fiscal – não abrir processo algum. Não quero reclamações.
– Mas, Dona Margarida – insistia o funcionário –, a senhora vai ter aqui um prejuízo para mais de quarenta contos!
– Não importa. Deus dará jeito. “Seu” Fábio e Dona Rogéria são meus amigos de muito tempo.
As duas senhoras, porém, não puderam continuar ouvindo, pois a voz irritada de Fábio elevou-se da multidão e era necessário socorrê-lo, porque o infeliz estava ébrio.
Hilário Silva
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quarta-feira, 2 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. XXVII – Item 11
Em Doutrina Espírita, fé representa dever de raciocinar com responsabilidade de viver.
Desse modo, não te restrinjas à confiança inerte, porque a existência em toda parte nos honra, a cada um, com a obrigação de servir.
Se tens fé, não permitirás que os eventos humanos te desmantelem a fortaleza do coração.
Transitarás no mundo sabendo que o Divino Equilíbrio permanece vigilante e, mesmo que os homens transformem o lar terrestre em campo de lodo e sangue, não ignoras que a Infinita Bondade converterá um e outro em solo adubado para que a vida refloresça e prossiga em triunfo.
Se tens fé não registrarás os golpes da incompreensão alheia, porquanto identificarás a ignorância por miséria extrema do espírito, e educarás generosamente a boca que injuria e a mão que apedreja.
Ainda que os mais amados te releguem à solidão, avançarás para frente, entendendo e ajudando, na certeza de que o trabalho te envolverá o sentimento em nova luz de esperança e consolação.
Se tens fé, não te limitarás a dizê-la simplesmente, qual se a oração sem as boa obras te outorgasse direitos e privilégios inadmissíveis na Justiça de Deus, mas, sim, caminharás realizando a vontade do Criador, que é sempre o bem para todas as criaturas.
Se tens fé, sustentarás, sobretudo, o esforço diário do próprio burilamento, através das pequeninas e difíceis vitórias sobre a natureza inferior, como sendo o mais alto serviço que podes prestar aos outros, de vez que, aperfeiçoando a nós mesmos, estaremos habilitando a consciência para refletir, com segurança, o amor e a
sabedoria da Lei.
Emmanuel
Postado por EDUARDO BARROS às 07:20 0 comentários
terça-feira, 1 de julho de 2014
LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA
Cap. V – Item 4
Deus é amor invariável e o amor desafivela os grilhões do espírito.
Se há repouso na consciência, a evolução da alma ergue-se, desenvolta, dos alicerces insubstituíveis do sacrifício.
Quem não se bate pelo bem, desce imperceptivelmente para as fileiras do mal.
Junto à correção sempre existe o desacerto, exaltando o mérito do dever na conduta digna.
Identifique, na dificuldade, o favor da Providência Divina para dilatar-lhe a paz, sentindo, no imprevisto da experiência mais grave, o fulcro de incitamento à perseverança na boa intenção e vendo, na tibiez de quantos imergiram na invigilância, o exemplo indelével daquilo que não deve ser feito.
Quanto maior a sombra em torno, mais valiosa a fonte de luz.
Desse modo, a alegria pura viceja entre a dor e o obstáculo; a resignação santificante nasce em meio às provas difíceis; a renúncia intrépida irrompe no seio da injustiça das emulações acirradas, e a pureza construtiva surge, não raro, em ambiente de viciação mais ampla.
Eis por que, em seu círculo pessoal, se entrecruzam mensagens importantes e diversas a lhe doarem o estímulo e a consolação, o entendimento e a claridade de que você carece para ajustar-se espiritualmente, através das lides variadas de cada instante.
O chefe irritadiço é instrumento providencial da corrigenda.
O companheiro problemático deixa-nos livre caminho à sementeira da fraternidade sem mescla.
O engano é precioso contraste a ressaltar as linhas configurativas da atitude melhor.
A tortuosidade do caminho demonstra a excelência da estrada reta.
Faça, pois, do momento que transcorre, a lição recolhida para o momento a transcorrer, verificando quantas vezes, em vinte e quatro horas, você é requisitado a auxiliar os semelhantes, e não regateie cooperação.
Na oficina de trabalho, buscam-lhe a gentileza no amparo de muitos corações que se sentem ao desabrigo.
Na via pública, esbarram-lhe o passo companheiros que vão e vêm buscando encontrar o sorriso que você pode ofertar-lhes como incentivo à esperança.
No recesso do lar, o alvorecer encontra-lhe a presença, em novas possibilidades de exaltar a confiança nos Desígnios da Altura.
Na conversação comum, requisições ostensivas auscultam-lhe a disposição de estender conhecimento e virtude, na enfermagem das chagas morais, entrevistas na modulação das vozes e nos traços dos semblantes, afora variegados ensejos de assistir o próximo, a lhe desafiarem a eficiência e a vigilância, tais como a necessidade interior estampada no silêncio do visitante, o azedume do colega menos feliz, o doente a buscar-lhe os préstimos, o sofredor a rogar-lhe compreensão, a abordagem da criancinha desvalida, a surpresa menos agradável, a correspondência a exigir-lhe a atenção ou o noticiário intranquilo que a imprensa propala.
Pureza inoperante é utopia igual a qualquer outra e, em razão disso, ignorar a poça infecta é manter-lhe a inconveniência.
Não menospreze, assim, a lição do momento, na certeza de que renovamos idéias, experiências e destinos, cada dia, segundo as particularidades das manifestações de nosso livre-arbítrio.
André Luiz
Postado por EDUARDO BARROS às 07:16 0 comentários