sexta-feira, 29 de março de 2013


SIGAMOS ATÉ LÁ

       “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” — Jesus. (JOÃO, CAPÍTULO 15, VERSÍCULO 7.)

Na oração dominical, Jesus ensina aos coopera¬dores a necessidade de observância plena dos desígnios do Pai.
Sabia o Mestre que a vontade humana é ainda muito frágil e que inúmeras lutas rodeiam a criatura até que aprenda a estabelecer a união com o Divino.
Apesar disso, a lição da prece foi sempre interpretada pela maioria dos crentes como recurso de fácil obtenção do amparo celestial.
Muitos pedem determinados favores e recitam maquinalmente as fórmulas verbais.
Certamente, não podem receber imediata satisfação aos caprichos próprios, porque, no estado de queda ou de ignorância, o espírito necessita, antes de tudo, aprender a submeter-se aos desígnios divinos, a seu respeito.
Alcançaremos, porém, a época das orações integralmente atendidas. Atingiremos semelhante realização quando estivermos espiritualmente em Cristo. Então, quanto quisermos, ser-nos-á feito, porquanto teremos penetrado o justo sentido de cada coisa e a finalidade de cada circunstância.
Estaremos habilitados a querer e a pedir, em Jesus, e a vida se nos apresentará, em suas verdadeiras características de infinito, eternidade, renovação e beleza.
Na condição de encarnados ou desencarnados, ainda estamos caminhando para o Mestre, a fim de que possamos experimentar a união gloriosa com o seu amor. Até lá, trabalhemos e vigiemos para compreender a vontade divina.

quinta-feira, 28 de março de 2013


CONTRIBUIR

       ‘Cada um contribua, segundo propôs em seu coração; não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama o que dá com alegria.” — Paulo. (2ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, CAPÍTULO 9, VERSÍCULO 7.)

Quando se divulgou a afirmativa de Paulo de que Deus ama o que dá com alegria, muita gente apenas lembrou a esmola material.
O louvor, todavia, não se circunscreve às mãos generosas que espalham óbolos de bondade entre os necessitados e sofredores.
Naturalmente, todos os gestos de amor entram em linha de conta no reconhecimento divino, mas devemos considerar que o verbo contribuir, na presente lição, aparece em toda a sua grandiosa excelsitude.
A cooperação no bem é questão palpitante de todo lugar e de todo dia. Qualquer homem é suscetível de fornecê-la. Não é somente o mendigo que a espera, mas também o berço de onde se renova a experiência, a família em que acrisolamos as conquistas de virtude, o vizinho, nosso irmão em humanidade, e a oficina de trabalho, que nos assinala o aproveitamento individual, no esforço de cada dia.
Sobrevindo o momento de repouso diuturno, cada coração pode interrogar a si próprio, quanto à qualidade de sua colaboração no serviço, nas palestras, nas relações afetivas, nessa ou naquela preocupação da vida comum.
Tenhamos cuidado contra as tristezas e sombras esterilizadoras. Má-vontade, queixas, insatisfação, leviandades, não integram o quadro dos trabalhos que o Senhor espera de nossas atividades no mundo. Mobilizemos nossos recursos com otimismo e não nos esqueçamos de que o Pai ama o filho que contribui com alegria.

quarta-feira, 27 de março de 2013


PERANTE JESUS

       “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens.” — Paulo. (COLOSSENSES, CAPÍTULO 3, VERSÍCULO 23.)

A compreensão do serviço do Cristo, entre as criaturas humanas, alcançará mais tarde a precisa amplitude, para a glorificação d'Aquele que nos segue de perto, desde o primeiro dia, esclarecendo-nos o caminho com a divina luz.
Se cada homem culto indagasse de si mesmo, quanto ao fundamento essencial de suas atividades na Terra, encontraria sempre, no santuário interior, vastos horizontes para ilações de valor infinito.
Para quem trabalhou no século?
A quem ofereceu o fruto dos labores de cada dia? Não desejamos menoscabar a posição respeitável das pátrias, das organizações, da família e da personalidade; todavia, não podemos desconhecer-lhes a expressão de relatividade no tempo. No transcurso dos anos, as fronteiras se modificam, as leis evolucionam, o grupo doméstico se renova e o homem se eleva para destinos sempre mais altos.
Tudo o que representa esforço da criatura foi realização de si mesma, no quadro de trabalhos permanentes do Cristo. O que temos efetuado nos séculos constitui benefício ou ofensa a nós mesmos, na obra que pertence ao Senhor e não a nós outros. Legisladores e governados passam no tempo, com a bagagem que lhes é própria, e Jesus permanece a fim de ajuizar da vantagem ou desvantagem da colaboração de cada um no serviço divino da evolução e do aprimoramento.
Administração e obediência, responsabilidades de traçar e seguir são apenas subdivisões da mordomia conferida pelo Senhor aos tutelados.
O trabalho digno é a oportunidade santa. Dentro dos círculos do serviço, a atitude assumida pelo homem honrar-lhe-á ou desonrar-lhe-á a personalidade eterna, perante Jesus Cristo.

terça-feira, 26 de março de 2013


ÊXITOS E INSUCESSOS

       “Sei viver em penúria e sei também viver em abundância.” — Paulo. (FILIPENSES, CAPÍTULO 4, VERSÍCULO 12.)

Em cada comunidade social, existem pessoas numerosas, demasiadamente preocupadas quanto aos sucessos particularistas, afirmando-se ansiosas pelo ensejo de evidência. São justamente as que menos se fixam nas posições de destaque, quando convidadas aos postos mais altos do mundo, estragando, desastradamente, as oportunidades de elevação que a vida lhes confere.
Quase sempre, os que aprenderam a suportar a pobreza é que sabem administrar, com mais propriedade, os recursos materiais.
Por esta razão, um tesouro amontoado para quem não trabalhou em sua posse é, muitas vezes, causa de crime, separatividade e perturbação.
Pais trabalhadores e honestos formarão nos filhos a mentalidade do esforço próprio e da cooperação afetiva, ao passo que os progenitores egoístas e descuidados favorecerão nos descendentes a inutilidade e a preguiça.
Paulo de Tarso, na lição à igreja de Filipos, refere-se ao precioso imperativo do caminho no que se reporta ao equilíbrio, demonstrando a necessidade do discípulo, quanto à valorização da pobreza e da fortuna, da escassez e da abundância.
O êxito e o insucesso são duas taças guardando elementos diversos que, contudo, se adaptam às mesmas finalidades sublimes. A ignorância humana, entretanto, encontra no primeiro o licor da embriaguez e no segundo identifica o fel para a desesperação. Nisto reside o erro profundo, porque o sábio extrairá da alegria e da dor, da fartura ou da escassez, o conteúdo divino.

segunda-feira, 25 de março de 2013


COISAS INVISÍVEIS

       “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade se estendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas.” — Paulo. (ROMANOS, CAPÍTULO 1, VERSÍCULO 20.)

O espetáculo da Criação Universal é a mais forte de todas as manifestações contra o materialismo negativista, filho da ignorância ou da insensatez.
São as coisas criadas que falam mais justamente da natureza invisível.
Onde a atividade que se desdobre sem base?
Toda forma inteligente nasceu de uma disposição inteligente.
O homem conhece apenas as causas de suas realizações transitórias, ignorando, contudo, os motivos complexos de cada ângulo do caminho. A paisagem exterior que lhe afeta o sensório é uma parte minúscula do acervo de criações divinas, que lhe sustentam o habitat, condicionado às suas possibilidades de aproveitamento. O olho humano não verá, além do limite da sua capacidade de suportação. A criatura conviverá com os seres de que necessita no trabalho de elevação e receberá ambiente adequado aos seus imperativos de aperfeiçoamento e progresso, mas que ninguém resuma a expressão vital da esfera em que respira no que os dedos mortais são suscetíveis de apalpar.
Os objetos visíveis no campo de formas efêmeras constituem breve e transitória resultante das forças invisíveis no plano eterno.
Cumpre os deveres que te cabem e receberás os direitos que te esperam. Faze corretamente o que te pede o dia de hoje e não precisarás repetir a experiência amanhã.

sexta-feira, 22 de março de 2013


RAZÃO DOS APELOS

       “Pelo que, sendo chamado, vim sem contradizer. Pergunto pois: por que razão mandastes chamar-me?” — Pedro. (ATOS, CAPÍTULO 10, VERSÍCULO 29.)

A pergunta de Pedro ao centurião Cornélio é traço de grande significação nos atos apostólicos.
O funcionário romano era conhecido por suas tradições de homem caridoso e reto, invocava a presença do discípulo de Jesus atendendo a elevadas razões de ordem moral, após generoso alvitre de um emissário do Céu e, contudo, atingindo-lhe o círculo doméstico, o ex-pescador de Cafarnaum interroga, sensato:
— “Por que razão mandastes chamar-me?”
Simão precisava conhecer as finalidades de semelhante exigência, tanto quanto o servidor vigilante necessita saber onde pisa e com que fim é convocado aos campos alheios.
Esse quadro expressivo sugere muitas considerações aos novos aprendizes do Evangelho.
Muita gente, por ouvir referências a esse ou àquele Espírito elevado costuma invocar-lhe a presença nas reuniões doutrinárias.
A resolução, porém, é intempestiva e desarrazoada.
Por que reclamar a companhia que não merecemos?
Não se pode afirmar que o impulso se filie à leviandade, entretanto, precisamos encarecer a importância das finalidades em jogo.
Imaginai-vos chamando Simão Pedro a determinado círculo de oração e figuremos a aquiescência do venerável apóstolo ao apelo. Naturalmente, sereis obrigados a expor ao grande emissário celestial os motivos da requisição. E, pautando no bom senso as nossas atitudes mentais, indaguemos de nós mesmos se possuímos bastante elevação para ver, ouvir e compreender-lhe o espírito glorioso. Quem de nós responderá afirmativamente? Teremos, assim, suficiente audácia de invocar o sublime Cefas, tão-somente para ouvi-lo falar?

quinta-feira, 21 de março de 2013


EM CADEIAS

       “Pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar.” — Paulo. (EFÉSIOS, CAPÍTULO 6, VERSÍCULO 20.)

Observamos nesta passagem o apóstolo dos gentios numa afirmativa que parece contraditória, à primeira vista.
Paulo alega a condição de emissário em cadeias e, simultaneamente, declara que isto ocorre para que possa servir ao Evangelho, livremente, quanto convinha.
O grande trabalhador dirigia-se aos companheiros de Éfeso, referindo-se à sua angustiosa situação de prisioneiro das autoridades romanas; entretanto, por isto mesmo, em vista do difícil testemunho, trazia o espírito mais livre para o serviço que lhe competia realizar.
O quadro é significativo para quantos pretendem a independência econômico-financeira ou demasiada liberdade no mundo, a fim de exemplificarem os ensinamentos evangélicos.
Há muita gente que declara aguardar os dias da abundância material e as facilidades terrestres para atenderem ao idealismo cristão. Isto, contudo, é contra-senso. O serviço de Jesus se destina a todo lugar.
Paulo, entre cadeias, se sentia mais livre na pregação da verdade. Naturalmente, nem todos os discípulos estarão atravessando esses montes culminantes do testemunho. Todos, porém, sem distinção, trazem consigo as santas algemas das obrigações diárias no lar, no trabalho comum, na rotina das horas, no centro da sociedade e da família.
Ninguém, portanto, tente quebrar as cadeias em que se encontra, na mentirosa suposição de que se candidatará a melhor posto nas oficinas do Cristo.
Somente o dever bem cumprido nos confere acesso à legítima liberdade.

quarta-feira, 20 de março de 2013


PERIGOS SUTIS

       “Não vos façais, pois, idólatras.” — Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, CAPÍTULO 10, VERSÍCULO 7.)

A recomendação de Paulo aos coríntios deve ser lembrada e aplicada em qualquer tempo, nos serviços de ascensão religiosa do mundo.
É indispensável evitar a idolatria em todas as circunstâncias. Suas manifestações sempre representaram sérios perigos para a vida espiritual.
As crenças antigas permanecem repletas de cultos exteriores e de ídolos mortos.
O Consolador, enviado ao mundo, na venerável missão espiritista, vigiará contra esse venenoso processo de paralisia da alma.
Aqui e acolá, surgem pruridos de adoração que se faz imprescindível combater. Não mais imagens dos círculos humanos, nem instrumentos físicos supostamente santificados para cerimônias convencionais, mas entidades amigas e médiuns terrenos que a inconsciência alheia vai entronizando, inadvertidamente, no altar frágil de honrarias fantasiosas. É necessário reconhecer que aí temos um perigo sutil, através do qual inúmeros trabalhadores têm resvalado para o despenhadeiro da inutilidade.
As homenagens inoportunas costumam perverter os médiuns dedicados e inexperientes, além de criarem certa atmosfera de incompreensão que impede a exteriorização espontânea dos verdadeiros amigos do bem, no plano espiritual.
Ninguém se esqueça da condição de aperfeiçoamento relativo dos mensageiros desencarnados que se comunicam e do quadro de necessidades imediatas da vida dos medianeiros humanos.
Combatamos os ídolos falsos que ameaçam o Espiritismo cristão. Utilize cada discípulo os amplos recursos da lei de cooperação, atire-se ao esforço próprio com sincero devotamento à tarefa e lembremo-nos todos de que, no apostolado do Mestre Divino, o amor e a fidelidade a Deus constituíram o tema central.

terça-feira, 19 de março de 2013


SOCORRE A TI MESMO

       “Pregando o Evangelho do reino e curando todas as enfermidades.” — (MATEUS, CAPÍTULO 9, VERSÍCULO 35.)

Cura a catarata e a conjuntivite, mas corrige a visão espiritual de teus olhos.
Defende-te contra a surdez, entretanto, retifica o teu modo de registrar as vozes e solicitações variadas que te procuram.
Medica a arritmia e a dispneia, contudo, não entregues o coração à impulsividade arrasadora.
Combate a neurastenia e o esgotamento, no entanto, cuida de reajustar as emoções e tendências.
Persegue a gastralgia, mas educa teus apetites à mesa.
Melhora as condições do sangue, todavia, não o sobrecarregues com os resíduos de prazeres inferiores.
Guerreia a hepatite, entretanto, livra o fígado dos excessos em que te comprazes.
Remove os perigos da uremia, contudo, não sufoques os rins com os venenos de taças brilhantes.
Desloca o reumatismo dos membros, reparando, porém, o que fazes com teus pés, braços e mãos.
Sana os desacertos cerebrais que te ameaçam, todavia, aprende a guardar a mente no idealismo superior e nos atos nobres.
Consagra-te à própria cura, mas não esqueças a pregação do Reino Divino aos teus órgãos.
Eles são vivos e educáveis. Sem que teu pensamento se purifique e sem que a tua vontade comande o barco do organismo para o bem, a intervenção dos remédios humanos não passará de medida em trânsito para a inutilidade.

segunda-feira, 18 de março de 2013


PRESERVA A TI PRÓPRIO

       “Vai, e não peques mais.” — Jesus. (JOÃO, 8, VERSÍCULO 11.)

A semente valiosa que não ajudas, pode perder-se.
A árvore tenra que não proteges, permanece exposta à destruição.
A fonte que não amparas, poderá secar-se.
A água que não distribuis, forma pântanos.
O fruto não aproveitado, apodrece.
A terra boa que não defendes, é asfixiada pela erva inútil.
A enxada que não utilizas, cria ferrugem.
As flores que não cultivas, nem sempre se repetem.
O amigo que não conservas, foge do teu caminho.
A medicação que não respeitas na dosagem e na oportunidade que lhe dizem respeito, não te beneficia o campo orgânico.
Assim também é a Graça Divina.
Se não guardas o favor do Alto, respeitando-o em ti mesmo, se não usas os conhecimentos elevados que recebes para benefício da própria felicidade, se não prezas a contribuição que te vem de cima, não te vale a dedicação dos mensageiros espirituais. Debalde improvisarão eles milagres de amor e paciência, na solução de teus problemas, porque sem a adesão de tua vontade, ao programa regenerativo, todas as medidas salvadoras resultarão imprestáveis.
“Vai, e não peques mais.”
O ensinamento de Jesus é suficiente e expressivo.
O Médico Divino proporciona a cura, mas se não a conservamos, dentro de nós, ninguém poderá prever a extensão e as conseqüências dos novos desequilíbrios que nos sitiarão a invigilância.

sexta-feira, 15 de março de 2013


VELHO ARGUMENTO

       “E aduzindo ele isto em sua defesa, disse Fasto em alta voz: — Estás louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar.” — (ATOS, CAPÍTULO 26, VERSÍCULO 24.)

É muito comum lançarem aos discípulos do Evangelho a falsa acusação de loucos, que lhes é imputada pelos círculos cientificistas do século.
O argumento é velhíssimo por parte de quantos pretendem fugir à verdade, complacentes com os próprios erros.
Há trabalhadores que perdem valioso tempo, lamentando que a multidão os classifique como desequilibrados. Isto não constitui razão para contendas estéreis.
Muitas vezes, o próprio Mestre foi interpretado por demente e os apóstolos não receberam outra definição.
Numa das últimas defesas, vemos o valoroso amigo da gentilidade, ante a Corte Provincial de Cesaréia, proclamando as verdades imortais de Cristo Jesus. A assembléia toca-se de imenso assombro. Aquela palavra franca e nobre estarrece os ouvintes. É aí que Pórcio Festo, na qualidade de chefe dos convidados, delibera quebrar a vibração de espanto que domina o ambiente. Antes, porém, de fazê-lo, o argucioso romano considerou que seria preciso justificar-se em bases sólidas. Como acusar, no entanto, o grande convertido de Damasco, se ele, Festo, lhe conhecia o caráter íntegro, a sincera humildade, a paciência sublime e o ardoroso espírito de sacrifício? Lembra-se, então, das “muitas letras” e Paulo é chamado louco pela ciência divina de que dava testemunho.
Recorda, pois, o abnegado batalhador e não dispenses apreço às falsas considerações de quantos te provoquem ao abandono da verdade. O mal é incompatível com o bem e por “poucas letras” ou por “muitas”, desde que te alistes entre os aprendizes de Jesus, não te faltará o mundo inferior com o sarcasmo e a perseguição.

quinta-feira, 14 de março de 2013


COMPREENDAMOS

       “Sacrifícios, e ofertas, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram” — Pau¬lo. (HEBREUS, 10, VERSÍCULO 8.)

O mundo antigo não compreendia as relações com o Altíssimo, senão através de suntuosas oferendas e pesados holocaustos.
Certos povos primitivos atingiram requintada extravagância religiosa, conduzindo sangue humano aos altares.
Tais manifestações infelizes vão-se atenuando no cadinho dos séculos; no entanto, ainda hoje se verificam lastimáveis pruridos de excentricidade, nos votos dessa natureza.
O Cristianismo operou completa renovação no entendimento das verdades divinas; contudo, ainda em suas fileiras costumam surgir absurdas promessas, que apenas favorecem a intromissão da ignorância e do vício.
A mais elevada concepção de Deus que podemos abrigar no santuário do espírito é aquela que Jesus nos apresentou, em no-Lo revelando Pai amoroso e justo, à espera dos nossos testemunhos de compreensão e de amor.
Na própria Crosta da Terra, qualquer chefe de família, consciencioso e reto, não deseja os filhos em constante movimentação de ofertas inúteis, no propósito de arrefecer-lhe a vigilância afetuosa. Se tais iniciativas não agradam aos progenitores humanos, caprichosos e falíveis, como atribuir semelhante falha ao Todo-Misericordioso, no pressuposto de conquistar a benemerência celeste?
É indispensável trabalhar contra o criminoso engano.
A felicidade real somente é possível no lar cristão do mundo, quando os seus componentes cumprem as obrigações que lhes competem, ainda mesmo ao preço de heróicas decisões. Com o Nosso Pai Celestial, o programa não é diferente, porque o Senhor Supremo não nos pede sacrifícios e lágrimas e, sim, ânimo sereno para aceitar-lhe a vontade sublime, colocando-a em prática.

quarta-feira, 13 de março de 2013


O PROBLEMA DE AGRADAR

       “Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo do Cristo — Paulo. (GÁLATAS, CAPÍTULO 1, VERSÍCULO 10.)

       Os sinceros discípulos do Evangelho devem estar muito preocupados com os deveres próprios e com a aprovação isolada e tranquila da consciência, nos trabalhos que foram chamados a executar, cada dia, aprendendo a prescindir das opiniões desarrazoadas do mundo.
       A multidão não saberá dispensar carinho e admiração senão àqueles que lhe satisfazem as exigências e caprichos; nos conflitos que lhe assinalam a marcha, o aprendiz fiel de Jesus será um trabalhador diferente que, em seus impulsos instintivos, ela não poderá compreender.
       Muita inexperiência e invigilância revelará o mensageiro da Boa Nova que manifeste inquietude, com relação aos pareceres do mundo a seu respeito; quando se encontre na prosperidade material, em que o Mestre lhe confere mais rigorosa mordomia, muitos vizinhos lhe perguntarão, maliciosos, pela causa dos êxitos sucessivos em que se envolve, e, quando penetra o campo da pobreza e da dificuldade, o povo lhe atribui as experiências difíceis a supostas defecções ante as sublimes idéias esposadas.
É indispensável trabalhar para os homens, como quem sabe que a obra integral pertence a Jesus Cristo. O mundo compreenderá o esforço do servidor sincero, mas, em outra oportunidade, quando lho permita a ascensão evolutiva.
Em muitas ocasiões, os pareceres populares equivalem à gritaria das assembleias infantis, que não toleram os educadores mais altamente inspirados, nas linhas de ordem e elevação, trabalho e aproveitamento.
Que o sincero trabalhador do Cristo, portanto, saiba operar sem a preocupação com os juízos errôneos das criaturas. Jesus o conhece e isto basta.

terça-feira, 12 de março de 2013


VÓS, ENTRETANTO

       “Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.” — Paulo. (ROMANOS, CAPÍTULO 15, VERSÍCULO 1.)

Com que objetivo adquire o homem a noção justa da confiança em Deus? Para furtar-se à luta e viver aguardando o céu?
Semelhante atitude não seria compreensível.
O discípulo alcança a luz do conhecimento, a fim de aplicá-la ao próprio caminho. Concedeu-lhe Jesus um traço do Céu para que o desenvolva e estenda através da terra em que pisa.
Receber o sagrado auxílio do Mestre e subtrair-se-lhe à oficina de redenção é testemunhar ignorância extrema.
Dar-se a Cristo é trabalhar pelo estabelecimento de seu reino.
Os templos terrestres, por ausência de compreensão da verdade, permanecem repletos de almas paralíticas, que desertaram do serviço por anseio de bem-aventurança. Isto pode entender-se nas criaturas que ainda não adquiriram o necessário senso da realidade, mas vós, os que já sois fortes no conhecimento, não deveis repousar na indiferença ante os impositivos sagrados da luz acesa, pela infinita bondade do Cristo, em vosso mundo íntimo. É imprescindível tome cada um os seus instrumentos de trabalho, na tarefa que lhe cabe, agindo pela vitória do bem, no círculo de pessoas e atividades que o cercam.
Muitos espíritos doentes, nas falsas preocupações e na ociosidade do mundo, poderão alegar ignorância. Vós, entretanto, não sois fracos, nem pobres da misericórdia do Senhor.

segunda-feira, 11 de março de 2013


QUANDO ORARDES

       “E, quando estiverdes orando, perdoai.” — Jesus. (MARCOS, CAPÍTULO 11, VERSÍCULO 25.)

A sincera atitude da alma na prece não obedece aos movimentos mecânicos vulgares. Nas operações da luta comum, a criatura atende, invariavelmente, aos automatismos da experiência material que se modifica de maneira imperceptível, nos círculos do tempo; todavia, quando se volta a alma aos santuários divinos do plano superior, através da oração, põe-se a consciência em contacto com o sentido eterno e criador da vida infinita.
Examine cada aprendiz as sensações que experimenta em se colocando na posição de rogativa ao Alto, compreendendo que se lhe faz indispensável a manutenção da paz interna perante as criaturas e quadros circunstanciais do caminho.
A mente que ora, permanece em movimentação na esfera invisível.
As inteligências encarnadas, ainda mesmo quando se não conheçam entre si, na pauta das convenções materiais, comunicam-se através dos tênues fios do desejo manifestado na oração. Em tais instantes, que devemos consagrar exclusivamente à zona mais alta de nossa individualidade, expedimos mensagens, apelos, intenções, projetos e ansiedades que procuram objetivo adequado.
É digno de lástima todo aquele que se utiliza da oportunidade para dilatar a corrente do mal, consciente ou inconscientemente. É por este motivo que Jesus, compreendendo a carência de homens e mulheres isentos de culpa, lançou este expressivo programa de amor, a benefício de cada discípulo do Evangelho: — “E, quando estiverdes orando, perdoai.”

sexta-feira, 8 de março de 2013


CURAS

       “E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus.” — Jesus. (LUCAS, CAPÍTULO 10, VERSÍCULO 9.)

Realmente Jesus curou muitos enfermos e recomendou-os, de modo especial, aos discípulos.
Toda¬via, o Médico Celestial não se esqueceu de requisitar ao Reino Divino quantos se restauram nas deficiências humanas.
Não nos interessa apenas a regeneração do veículo em que nos expressamos, mas, acima de tudo, o corretivo espiritual.
Que o homem comum se liberte da enfermidade, mas é imprescindível que entenda o valor da saúde. Existe, porém, tanta dificuldade para compreendermos a lição oculta da moléstia no corpo, quanta se verifica em assimilarmos o apelo ao trabalho santificante que nos é endereçado pelo equilíbrio orgânico.
Permitiria o Senhor a constituição da harmonia celular apenas para que a vontade viciada viesse golpeá-la e quebrá-la em detrimento do espírito?
O enfermo pretenderá o reajustamento das energias vitais, entretanto, cabe-lhe conhecer a prudência e o valor dos elementos colocados à sua disposição na experiência edificante da Terra.
Há criaturas doentes que lastimam a retenção no leito e choram aflitas, não porque desejem renovar concepções acerca dos sagrados fundamentos da vida, mas por se sentirem impossibilitadas de prolongar os próprios desatinos.
É sempre útil curar os enfermos, quando haja permissão de ordem superior para isto, contudo, em face de semelhante concessão do Altíssimo, é razoável que o interessado na bênção reconsidere as questões que lhe dizem respeito, compreendendo que raiou para seu espírito um novo dia no caminho redentor.

quinta-feira, 7 de março de 2013


BOAS MANEIRAS

       “E assenta-te no último lugar.” — Jesus. (LUCAS, CAPÍTULO 14, VERSÍCULO 10.)

O Mestre, nesta passagem, proporciona inolvidável ensinamento de boas maneiras.
Certo, a sentença revela conteúdo altamente simbólico, relativamente ao banquete paternal da Bondade Divina; todavia, convém deslocarmos o conceito a fim de aplicá-lo igualmente ao mecanismo da vida comum.
A recomendação do Salvador presta-se a todas as situações em que nos vejamos convocados a examinar algo de novo, junto aos semelhantes. Alguém que penetre uma casa ou participe de uma reunião pela primeira vez, timbrando demonstrar que tudo sabe ou que é superior ao ambiente em que se encontra, torna-se intolerável aos circunstantes.
Ainda que se trate de agrupamento enganado em suas finalidades ou intenções, não é razoável que o homem esclarecido, aí ingressando pela vez primeira, se faça doutrinador austero e exigente, porquanto, para a tarefa de retificar ou reconduzir almas, é indispensável que o trabalhador fiel ao bem inicie o esforço, indo ao encontro dos corações pelos laços da fraternidade legítima. Somente assim, conseguirá alijar a imperfeição eficazmente, eliminando uma parcela de sombra, cada dia, através do serviço constante.
Sabemos que Jesus foi o grande reformador do mundo, entretanto, corrigindo e amando, asseverava que viera ao caminho dos homens para cumprir a Lei.
Não assaltes os lugares de evidência por onde passares. E, quando te detiveres com os nossos irmãos em alguma parte, não os ofusques com a exposição do quanto já tenhas conquistado nos domínios do amor e da sabedoria. Se te encontras decidido a cooperar pelo bem dos outros, apaga-te, de algum modo, a fim de que o próximo te possa compreender. Impondo normas ou exibindo poder, nada conseguirás senão estabelecer mais fortes perturbações.

quarta-feira, 6 de março de 2013


SEMPRE VIVOS

       “Ora, Deus não é de mortos, mas, sim, de vivos. Por isso, vós errais muito.” — Jesus. (MARCOS, CAPÍTULO 12, VERSÍCULO 27.)

Considerando as convenções estabelecidas em nosso trato com os amigos encarnados, de quando em quando nos referimos à vida espiritual utilizando a palavra “morte” nessa ou naquela sentença de conversação usual. No entanto, é imprescindível entendê-la, não por cessação e sim por atividade transformadora da vida.
Espiritualmente falando, apenas conhecemos um gênero temível de morte — a da consciência denegrida no mal, torturada de remorso ou paralítica nos despenhadeiros que marginam a estrada da insensatez e do crime.
É chegada a época de reconhecermos que todos somos vivos na Criação Eterna.
Em virtude de tardar semelhante conhecimento nos homens, é que se verificam grandes erros. Em razão disso, a Igreja Católica Romana criou, em sua teologia, um céu e um inferno artificiais; diversas coletividades das organizações evangélicas protestantes apegam-se à letra, crentes de que o corpo, vestimenta material do Espírito, ressurgirá um dia dos sepulcros, violando os princípios da Natureza, e inúmeros espiritistas nos têm como fantasmas de laboratório ou formas esvoaçantes, vagas e aéreas, errando indefinidamente.
Quem passa pela sepultura prossegue trabalhando e, aqui, quanto aí, só existe desordem para o desordeiro. Na Crosta da Terra ou além de seus círculos, permanecemos vivos invariavelmente.
Não te esqueças, pois, de que os desencarnados não são magos, nem adivinhos. São irmãos que continuam na luta de aprimoramento. Encontramos a morte tão-somente nos caminhos do mal, onde as sombras impedem a visão gloriosa da vida.
Guardemos a lição do Evangelho e jamais esqueçamos que Nosso Pai é Deus dos vivos imortais.

terça-feira, 5 de março de 2013


NO FUTURO

       “E não mais ensinará cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: — Conhece o Senhor! porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.” — Paulo. (HEBREUS, CAPÍTULO 8, VERSÍCULO 11.)

       Quando o homem gravar na própria alma
       Os parágrafos luminosos da Divina Lei,
       O companheiro não repreenderá o companheiro,
       O irmão não denunciará outro irmão.
       O cárcere cerrará suas portas,
       Os tribunais quedarão em silêncio.
       Canhões serão convertidos em arados,
       Homens de armas volverão à sementeira do solo.
       O ódio será expulso do mundo,
       As baionetas repousarão,
       As máquinas não vomitarão chamas para o incêndio e para a morte,
       Mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.
       A justiça será ultrapassada pelo amor.
       Os filhos da fé não somente serão justos,
       Mas bons, profundamente bons.
       A prece constituir-se-á de alegria e louvor
       E as casas de oração estarão consagradas ao trabalho sublime da fraternidade suprema.
       A pregação da Lei
       Viverá nos atos e pensamentos de todos,
       Porque o Cordeiro de Deus
       Terá transformado o coração de cada homem
       Em tabernáculo de luz eterna,
       Em que o seu Reino Divino
       Resplandecerá para sempre.

segunda-feira, 4 de março de 2013


EM PREPARAÇÃO

       “Diz o Senhor: Porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus e eles me serão por povo.” — Paulo. (HEBREUS, CAPÍTULO 8, VERSÍCULO 10.)

       Traduziremos o Evangelho
       Em todas as línguas,
       Em todas as culturas,
       Exaltando-lhe a grandeza,
       Destacando-lhe a sublimidade,
       Semeando-lhe a poesia,
       Comentando-lhe a verdade,
       Interpretando-lhe as lições,
       Impondo-nos ao raciocínio,
       Aprimorando o coração
       E reformando a inteligência,
       Renovando leis,
       Aperfeiçoando costumes
       E aclarando caminhos...
       Mas, virá o momento
       Em que a Boa Nova deve ser impressa, em nós mesmos,
       Nos refolhos da mente,
       Nos recessos do peito,
       Através das palavras e das ações.
       Dos princípios e ideais,
       Das aspirações e das esperanças,
       Dos gestos e pensamentos.
       Porque, em verdade,
       Se o Céu nos permite espalhar-lhe a Divina Mensagem no mundo,
       Um dia, exigirá nos convertamos
       Em traduções vivas do Evangelho na Terra.

sábado, 2 de março de 2013


CONVITE AO BEM

       “Mas, quando fores convidado, vai.” — Jesus. (LUCAS, CAPÍTULO 14, VERSÍCULO 10.)

Em todas as épocas, o bem constitui a fonte divina, suscetível de fornecer-nos valores imortais.
O homem de reflexão terá observado que todo o período infantil é conjunto de apelos ao sublime manancial.
O convite sagrado é repetido, anos a fio. Vem através dos amorosos pais humanos, dos mentores escolares, da leitura salutar, do sentimento religioso, dos amigos comuns.
Entretanto, raras inteligências atingem a juventude, de atenção fixa no chamamento elevado.
Quase toda gente ouve as requisições da natureza inferior, olvidando deveres preciosos.
Os apelos, todavia, continuam...
Aqui, é um livro amigo, revelando a verdade em silêncio; ali, é um companheiro generoso que insiste em favor das realidades luminosas da vida...
A rebeldia, porém, ainda mesmo em plena madureza do homem, costuma rir inconscientemente, passando, todavia, em marcha compulsória, na direção dos desencantos naturais, que lhe impõem mais equilibrados pensamentos.
No Evangelho de Jesus, o convite ao bem reveste-se de claridades eternas. Atendendo-o, poderemos seguir ao encontro de Nosso Pai, sem hesitações.
Se o clarim cristão já te alcançou os ouvidos, aceita-lhe as clarinadas sem vacilar.
Não esperes pelo aguilhão da necessidade.
Sob a tormenta, é cada vez mais difícil a visão do porto.
A maioria dos nossos irmãos na Terra caminha para Deus, sob o ultimato das dores, mas não aguardes pelo açoite de sombras, quando podes seguir, calmamente, pelas estradas claras do amor.

sexta-feira, 1 de março de 2013


CONTA PARTICULAR

       “Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence!” — Jesus. (LUCAS, CAPÍTULO 19, VERSÍCULO 42.)

A exclamação de Jesus, junto de Jerusalém, aplica-se muito mais ao coração do homem — templo vivo do Senhor — que à cidade de ordem material, destinada à ruína e à desagregação nos setores da experiência.
Imaginemos o que seria o mundo, se cada criatura conhecesse o que lhe pertence à paz íntima.
Em virtude da quase geral desatenção a esse imperativo da vida, é que os homens se empenham em dolorosos atritos, assumindo escabrosos débitos.
Atentemos para a assertiva do Mestre — “ao menos neste teu dia” Estas palavras convidam-nos a pensar na oportunidade de serviço de que dispomos presentemente
e a refletir nos séculos que perdemos; compelem-nos a meditar quanto ao ensejo de trabalho, sempre aberto aos espíritos diligentes.
O homem encarnado dispõe dum tempo glorioso que é provisoriamente dele, que lhe foi proporcionado pelo Altíssimo em favor de sua própria renovação.
Necessário é que cada um conheça o que lhe toca à tranqüilidade individual. Guarde cada homem digna atitude de compreensão dos deveres próprios e os fantasmas da inquietude estarão afastados. Cuide cada pessoa do que se lhe refira à conta particular e dois terços dos problemas sociais do mundo surgirão naturalmente resolvidos.
Repara as pequeninas exigências de teu círculo e atende-as, em favor de ti mesmo.
Não caminharás entre as estrelas, antes de trilhares as sendas humildes que te competem.