segunda-feira, 2 de julho de 2012

POBREZA INTELECTUAL

No século XIII estava definitivamente instalado o governo real, desaparecendo as mais fortes expressões do feudalismo. Cada região européia tratava de concatenar todos os elementos precisos à organização de sua unidade política, mas a verdade é que os meios escassos de instrução não permitiam uma existência intelectual mais avançada. Os Estados que se levantavam, organizavam as suas construções à sombra da Igreja, que tinha interesse em não dilatar os domínios da educação individual, receosa de interpretações que não fossem propriamente dela. Os pergaminhos custavam verdadeiras fortunas e o livro era dificilmente encontrado. Até o século XII as escolas estavam circunscritas ao ambiente dos mosteiros, onde muitos padres se ocupavam de avivar a letra dos manuscritos mais antigos, produzindo outros para a posteridade. A Ciência, cuja linha ascensional guarda o seu ponto de princípio na curiosidade ou na dúvida, bem como a Filosofia, que se constitui das mais altas indagações espirituais, estavam totalmente escravizadas à Teologia, então senhora absoluta de todas as atividades do homem, com poderes de vida e morte sobre as criaturas, considerando-se os direitos absurdos do Tribunal da Inquisição, depois do século XIII, quando, sob a inspiração do Alto, já se haviam fundado universidades importantes como as de Paris e de Bolonha, que serviram de modelo às de Oxford, Coimbra e Salamanca.

Nenhum comentário: