segunda-feira, 30 de julho de 2012

ÉPOCA DE SOMBRAS

Derrubada a Bastilha em 14 de julho de 1789 e após a célebre Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, uma série de reformas se verifica em todos os departamentos da vida social e política da França. Aquelas renovações, todavia, preludiavam os mais dolorosos acontecimentos. Famílias numerosas aproveitavam a trégua, buscando o acolhimento de países vizinhos, e o próprio Luís XVI tentou atravessar a fronteira, sendo preso em Varenas e reconduzido a Paris. Um mundo de sombras invadia as consciências da França generosa, chamada, naquela época, pelo plano espiritual, ao cumprimento de sagrada missão junto à Humanidade sofredora. Cabia-lhe tão-somente aproveitar as conquistas inglesas, no sentido de quebrar o cetro da realeza absoluta, organizando um novo processo administrativo na renovação dos organismos políticos do orbe, de acordo com as sábias lições dos seus filósofos e pensadores. Todavia, se alguns Espíritos se encontravam preparados para a jornada heróica daquele fim de século, muitas outras personalidades, infelizmente, espreitavam na treva o momento psicológico para saciar a sede de sangue e de poder. Foi assim que, depois de muitas figuras notáveis dos primórdios revolucionários, surgiram espíritos tenebrosos, como Robespierre e Marat. A volúpia da vitória generalizou uma forte embriaguez de morticínio no ânimo das massas, conduzindo-as aos mais nefastos acontecimentos.

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