sexta-feira, 27 de julho de 2012

A REVOLUÇÃO FRANCESA

A FRANÇA NO SÉCULO XVIII

A independência americana acendera o mais vivo entusiasmo no ânimo dos franceses, humilhados pelas mais prementes dificuldades, depois do extravagante reinado de Luís XV. O luxo desenfreado e os abusos do clero e da nobreza, em proporções espantosas, haviam ambientado todas as idéias livres e nobres dos enciclopedistas e dos filósofos, no coração torturado do povo. A situação das classes proletárias e dos lavradores caracterizava-se pela mais hedionda miséria. Os impostos aniquilavam todos os centros de produção, salientando-se que os nobres e os padres estavam isentos desses deveres. Desde 1614, não mais se haviam reunido os Estados-Gerais, fortalecendo-se, cada vez mais, o absolutismo monárquico. De nada valera o esforço de Luís XVI convidando os espíritos mais práticos e eminentes para colaborar na sua administração, como Turgot e Malesherbes. O bondoso monarca, que tudo fazia para reerguer a realeza de sua queda lamentável, em virtude dos excessos do seu antecessor no trono, mal sabia, na sua pouca experiência dos homens e da vida, que uma era nova começava para o mundo político do Ocidente, com transformações dolorosas que lhe exigiriam a própria vida. Reunidos em maio de 1789 os Estados-Gerais, em Paris, explodiram os maiores desentendimentos entre os seus membros, não obstante a boa-vontade e a cooperação de Necker, em nome do Rei. Transformada a reunião em Assembléia Constituinte, precedida de numerosos incidentes, inicia-se a revolução instigada pela palavra de Mirabeau.

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