sexta-feira, 20 de julho de 2012


A INVENCÍVEL ARMADA

As lutas na Europa, em todo o século XVI, longe de colimar um fim, dilatavam-se em guerras tenebrosas, mergulhando os povos do Velho Mundo num terrível círculo vicioso de reencarnações e resgates dolorosos. Como se não bastassem as guerras religiosas, que trabalhavam o organismo europeu desde muitos anos, surge a figura de um príncipe fanático e cruel, na poderosa Espanha de então, complicando a existência política das coletividades européias. As lutas de Filipe II, sucessor de Carlos V, prendiam-se, de algum modo, aos problemas da Reforma protestante; mas, acima de tudo, colocava ele a sua ambição e o seu despotismo. Animado com as vitórias sobre os turcos e os muçulmanos, procurou reprimir a liberdade política dos Países Baixos, encontrando a mais heróica resistência. Suas atividades maléficas, mascaradas com a defesa do Catolicismo, espalhavam-se por toda a parte, obrigando o plano espiritual a coibir-lhe os imensuráveis abusos do poder. Foi assim que, havendo organizado a Invencível Armada, no ano de 1588, composta de mais de uma centena de navios equipados com 2.000 canhões e 35.000 homens, a fim de atacar a Inglaterra sem motivo que justificasse semelhante agressão, viu essa poderosa esquadra destruída totalmente por uma tempestade aniquiladora. De conformidade com as providências do plano invisível, apenas aportaram às costas inglesas os espíritos pacíficos, compelidos pela força a participarem da armada destruída, e que foram lá recebidos generosamente, encontrando uma nova pátria. Se Henrique VIII havia errado como homem, o povo inglês estava preparado para o cumprimento de uma grande missão, e ao mundo espiritual competia trabalhar pela preservação dos seus patrimônios de liberdade política.

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